O São Paulo passou os anos de 2009 e 2010 sem nenhuma conquista, e o jejum incomodou o capitão e ídolo da equipe, Rogério Ceni. Tanto que, caso isso se repita nas próximas duas temporadas, o goleiro de 38 anos promete aposentar as luvas e abandonar a carreira de jogador profissional de futebol.
Em entrevista ao diário LANCE!, Ceni afirmou ainda gostar da rotina da profissão, e admitiu que parte de si vai morrer quando chegar a hora de encerrar sua trajetória no Morumbi, seja no final de 2012, ou mais tarde.
"A princípio, me preparo para estar bem até dezembro de 2012, no fim do meu contrato. Eu não poderia assinar e não cumprir em boas condições, mas vai depender muito do que vamos produzir em 2011 e 2012. Se a gente ganhar, conquistar títulos, acho que me motivo para continuar. Se ver que não consigo mais fazer o time vencedor, talvez seja momento de abrir mão e dar oportunidade para um próximo", argumentou.
"Acho que grande parte de mim vai morrer junto com o futebol. Tenho convicção disso, por isso não gosto de pensar em parar e tento estender ao máximo, mas chegou um momento da minha vida em que só vou estender se ganhar títulos. Se o São Paulo não voltar a ser vencedor, então chegou a hora de parar", reforçou.
Ceni tem a receita para voltar ao caminho da vitória e pediu mais competitividade ao time, já que a diretoria fez poucas contratações, trazendo apenas o lateral esquerdo Juan e o meia Rivaldo. O capitão também quer mais movimentação dos jogadores.
"Não podemos jogar com quatro caras parados na frente e outros quatro com a bunda lá atrás. Temos de compactar as linhas, jogar com uma diferença de 30, 40 metros. Temos de ser mais companheiros dentro de campo para ter um conjunto. Se for o mesmo grupo com o mesmo nível de competitividade, não dá", garantiu.
Quando se aposentar, Ceni descartou ser técnico do São Paulo e só admite voltar a trabalhar no clube como presidente, pois quer autonomia para implantar seu modo de pensar. Ele também deixou em aberto a possibilidade de ser diretor de futebol, caso confie muito no seu chefe.
"Se eu achar que há possibilidade de trabalhar no clube, pode ter certeza que só ocuparia o cargo de presidente. Não trabalhar no clube sem autonomia necessária para implantar meu raciocínio. Veja o que aconteceu com o Zico, um cara sério, correto, maior jogador da história do Flamengo. Não conseguiu implantar um trabalho e teve de sair por situações. Se for para errar, quero errar com meu pensamento, o que aprendi na carreira, o que sei ser certo ou errado", explicou.
Com 952 jogos e 96 gols pelo clube, o goleiro prometeu chegar a mil partidas, mas não sabe se conseguirá balançar a rede 100 vezes. De qualquer forma, Ceni tem outras preocupações em mente. "As duas marcas são importantes, mas secundárias. Quero ver quantos títulos ganho antes dos mil jogos", encerrou.