Um time sem alma, sem qualidade e carente do talento que sempre marcou o futebol pentacampeão do mundo. Esse é o retrato da seleção brasileira comandada pelo técnico Dunga, que foi a Assunção neste domingo encarar o Paraguai e deixou o estádio Defensores del Chaco amargando a perda da invencibilidade nas Eliminatórias Sul-americanas para a Copa do Mundo de 2010: 2 a 0.
Roque Santa Cruz, aproveitando uma das inúmeras bolas cruzadas na área brasileira, marcou o primeiro gol do duelo e Cabañas, no início do segundo tempo, fez o segundo, deixando o time paraguaio em excelentes condições na tabela de classificação, com 13 pontos conquistados e na liderança isolada. O Brasil estacionou nos oito pontos e perdeu a terceira posição para a Colômbia, que empatou com o Peru e foi a nove.
Na próxima rodada, a seleção de Dunga receberá a Argentina, quarta-feira, às 21h50, no Mineirão, em Belo Horizonte, precisando desesperadamente da vitória. Já os paraguaios irão à altitude de La Paz encarar a Bolívia, também na quarta-feira, só que um pouco mais cedo, às 17h10 (de Brasília).
O jogo: Disposto a apagar a péssima imagem deixada na histórica derrota para a Venezuela, em amistoso disputado em Boston no início do mês, o técnico Dunga reeditou, neste domingo, o esquema utilizado na conquista da Copa América em 2007, com três jogadores de marcação (Mineiro, Josué e Gilberto Silva) e apenas um meia de criação (Diego).
A aposta do treinador, no entanto, não surtiu o efeito esperado. Jogando como time pequeno, o Brasil não criou jogadas para Robinho e Luis Fabiano, não marcou com eficiência e não agradou a ninguém.
A equipe brasileira passou todo o primeiro tempo levando sufoco dos donos da casa e limpando a área nos cruzamentos, até que, aos 26 minutos, não resistiu. O escanteio cobrado passou por toda a defesa e Roque Santa Cruz só teve o trabalho de empurrar para as redes: 1 a 0 e festa nas arquibancadas.
Depois do gol, o Brasil chegou a esboçar uma reação e teve a chance de empatar depois que Luis Fabiano dividiu com a defesa e a bola sobrou para Robinho, mas o chute colocado encontrou a segurança do goleiro Villar.
O Brasil voltou para o segundo tempo com Anderson no lugar de Josué e a situação da partida ficou boa durante 60 segundos, quando Verón levou o segundo cartão amarelo e foi expulso, logo aos quatro minutos. Na seqüência, no entanto, Roque Santa Cruz puxou contra-ataque e chutou. Júlio César rebateu e Cabañas, o carrasco dos brasileiros na Libertadores, fez 2 a 0.
O “gordinho” do ataque paraguaio ainda teve a chance de fazer o terceiro depois que Juan e Lúcio bateram cabeça, mas o chute bem colocado do camisa dez encontrou a trave do goleiro Júlio César, para alívio do torcedor brasileiro.
Em total desespero , Dunga ainda tentou dar uma sobrevida ao time brasileiro trocando o volante Mineiro pelo atacante Adriano e mandando o “tanque” Júlio Baptista a campo no lugar de Diego, que não conseguiu exercer o papel de armador que lhe foi dado.
Com três atacantes e um homem a mais em campo, o time passou a pressionar o Paraguai, que sacou dois de sua linha de frente para reforçar a marcação. Maicon e Anderson chegaram a testar o goleiro Villar em chutes de longa distância, mas não obtiveram sucesso e o placar terminou mesmo 2 a 0 para os donos da casa, cada vez mais lideres das Eliminatórias.