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Brasil enfrenta hoje Argentina e impõe caráter de decisão

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Dunga conseguiu o queria: trabalhar psicologicamente para inserir na cabeça dos jogadores convocados para a seleção que o amistoso deste domingo, às 11 horas (horário de Mato Grosso) contra a Argentina, em Londres, é uma decisão.

A tática funcionou para os atletas do elenco, que reconhecem o compromisso contra os rivais sul-americanos como pontual no novo ciclo brasileiro. De forma distinta, novatos, os mais experientes e até as estrelas que estão voltando ao time foram convencidos a encarar a partida como uma final.

Durante os últimos dias, o treinador repetiu definições como “é como uma final” e “o mundo todo estará olhando” para descrever o duelo com os argentinos. Mas, para cada segmento do grupo que comanda, Dunga separou uma frente específica de persuasão psicológica e, de forma efetiva, contagiou o grupo para o amistoso.

O discurso para dinamizar a motivação dos novatos na seleção foi de que o confronto deste domingo no estádio do Arsenal pode servir para mostrar que jogador tem o perfil para defender o Brasil.

“É nesse momento, nos jogos mais importantes, que o jogador tem que mostrar que é atleta de seleção. O que ele faz nesse tipo de jogo é o que o define como jogador de seleção”, declara Dunga, que terá contra a Argentina sua segunda partida como comandante do Brasil.

A resposta ao incentivo foi encontrada em palavras de jogadores que estão em busca de espaço na seleção, como Elano: “Quero me esforçar para conseguir ir bem, para poder continuar sendo chamado”, declarou o meia.

Em outra ala do elenco, as estrelas remanescentes a última Copa, Kaká e Ronaldinho, ganham no regresso à seleção uma espécie de intimação para se adequarem ao espírito de competição que Dunga deseja adotar. Sem a garantia de privilégios em reconhecimento aos feitos passados, a dupla ouviu do treinador que terá que provar em campo que merecem seguir no time.

“Temos que reconquistar a confiança do torcedor brasileiro. Para isso, todos devem conquistar seu espaço na seleção. A individualidade deve existir, mas sempre à serviço da coletividade”, prega o treinador. “A seleção não jogará em função de uma peça. Aqui temos um grupo, que não pode esperar que um jogador só resolva”, completa.

Com dores nas costas, Ronaldinho não participou do único treino em Londres e dificilmente enfrenta a Argentina. Kaká, por sua vez, começou a trabalhar com Dunga como reserva no coletivo e talvez tenha que iniciar o novo ciclo na seleção partindo em desvantagem, tendo que correr atrás da vaga de titular.

“Sei que na seleção a cobrança sempre vai existir. Mas agora é um novo ciclo e temos que pensar só no futuro”, afirmou Kaká, que foi preterido por Daniel Carvalho na parte inicial do único treino coletivo em Londres.

Nos últimos dias em Londres, Dunga citou algumas vezes que seu trabalho na seleção deve ser pautado pela coerência. Por isso, a tendência é que o técnico mande a campo contra a Argentina o time que iniciou o treino coletivo, com a mesma formação titular do empate com a Noruega, ainda sem Kaká e Ronaldinho, pelo menos a princípio.

Brasil x Argentina

Data: 03/07/2006 (domingo)
Horário: 12h (horário de Brasília)
Local: Emirates Stadium, em Londres (ING)

Brasil
Gomes; Cicinho, Juan, Lúcio, Gilberto; Gilberto Silva, Edmílson, Elano e Daniel Carvalho (Kaká); Fred e Robinho
Técnico: Dunga

Argentina
Abbondanzieri; Zabaleta, Coloccini, Milito, Clemente Rodríguez; Lucho González, Mascherano, Bilos, Riquelme; Tevez e Messi
Técnico: Alfio Basile

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