A seqüência invicta do Palmeiras teve fim no Engenhão. O melhor mandante do Campeonato Brasileiro continua sem vencer duas vezes seguidas fora de casa e, neste domingo, caiu diante do Botafogo por 1 a 0. A primeira derrota depois de cinco jogos.
O duelo teve supremacia botafoguense no início do primeiro tempo e superioridade palmeirense nos primeiros minutos da etapa final. Os donos da casa, contudo, se aproveitaram dos contra-ataques e fizeram o gol aos 34 minutos do segundo tempo, com Zé Carlos concluindo cruzamento de Jorge Henrique.
O resultado mantém o Verdão em terceiro lugar, mas ampliou para sete pontos a distância do líder Grêmio. Se vencesse, a equipe terminaria o primeiro turno em segundo lugar, já que o Cruzeiro foi batido pela Portuguesa. Melhor para o Botafogo, que continua em oitavo, mas com 31 pontos, dois abaixo da zona de classificação para a Libertadores.
O jogo – Ney Franco e Wanderley Luxemburgo surpreenderam em suas escalações. Ao contrário do que se esperava, o Botafogo entrou em campo mais fechado, com o volante Leandro Guerreiro substituindo o suspenso Carlos Alberto – mais cotado na véspera, Zé Carlos ficou no banco –, além da confirmação de Gil na vaga do contundido Wellington Paulista. O Palmeiras, por sua vez, teve Kléber e Gustavo como novidades, mas a surpresa foi a permanência de Evandro, deixando Diego Souza na reserva.
Entretanto, as duas armas guardadas pelos comandante até o apito inicial não surtiram muito efeito. Escolha para acompanhar as descidas de Valdívia e ajudar a barrar as movimentações do setor ofensivo paulista, Leandro Guerreiro sentiu lesão muscular e, aos 16 minutos, Zé Carlos já estava em seu lugar. E Evandro pouco apareceu com seu elogiado toque de bola. Culpa dos cariocas.
Jogando em casa, os alvinegros dominaram os primeiros minutos graças a Thiaguinho. Com descidas constantes ao ataque, o lateral-direito deu trabalho a Leandro. O gol só não saiu porque Marcos apareceu bem. Com 16 minutos, o goleiro salvou sua equipe com três grandes defesas.
A primeira chance efetiva botafoguense foi aos nove minutos, quando Thiaguinho cruzou fechado e surpreendeu o camisa 12, que se esticou para afastar a bola que ia em direção ao seu gol. Aos 14 minutos, a zaga parou e Gil entrou na área sozinho, driblou o arqueiro, mas o pentacampeão esticou o braço para tirar a bola dos pés do atacante. Dois minutos depois, Triguinho foi à linha de fundo pela esquerda e achou Lucio Flavio. Sozinho na pequena área, o meia cabeceou e Marcos defendeu no reflexo.
Depois das chances perdidas, o Botafogo passou a questionar o árbitro Leandro Vuaden. Os donos da casa pediram três pênaltis: em queda de Diguinho após driblar Marcos, chute de Zé Carlos que teria batido na mão de Jéci e cobrança de falta de Lucio Flavio que Jumar, na barreira, é acusado de desviar com o braço. O gaúcho, entretanto, mandou a partida seguir.
Aos poucos, o Palmeiras conseguiu equilibrar o jogo no toque de bola. Desta maneira, chegava em bloco ao ataque, sempre à procura de Elder Granja ou Leandro. E foi nos pés do lateral-direito que surgiu a grande oportunidade dos visitantes no primeiro tempo. O camisa 2 acertou passe longo e encontrou Alex Mineiro sozinho na área. O artilheiro dominou, mas, na hora do arremate contra Castillo, foi desarmado.
Cada vez mais acuados em seu campo, os cariocas limitavam-se aos lançamentos longos para os velozes Jorge Henrique e Gil, alternativa mantida no início do segundo tempo. A estratégia, porém, era ineficiente. Quando partiam em condições, os atacantes encontravam a antecipação de Marcos ou a marcação de Pierre, que substituiu Jumar no intervalo.
Seguro na defesa, os paulistas passaram a dominar a partida. E tiveram duas excelentes oportunidades de abrirem o placar com 14 minutos de segundo tempo. Na primeira, Evandro recebeu belo passe de Alex Mineiro, tabelou com Kléber e recebeu na pequena área. O meia, tentou driblar Castillo, mas jogou fora a chance. No lance seguinte, Valdívia arriscou de fora da área e bateu rente ao travessão.
As tentativas ofensivas palmeirenses, contudo, sofreram um baque: Pierre, que fechava a defesa, sentiu lesão e saiu para a entrada de Martinez. A postura visitante continuava em atacar em bloco, mas abria muitos espaços na defesa. Nos contra-ataques, o Botafogo passou a assustar e perdeu duas boas oportunidades, com Zé Carlos, que não conseguiu completar cruzamento na frente do gol, e Fábio, que dividiu com Marcos e viu Gustavo salvar em cima da linha.
Animados pelos sustos que deram nos campeões paulistas, os vice-campeões cariocas começaram a ganhar eficiência também na defesa. O Verdão não conseguia mais entrar na área adversária. E, neste panorama, o gol alvinegro saiu. Aos 34 minutos, Jorge Henrique passou por Jéci na linha de fundo e cruzou. Elder Granja não alcançou e Zé Carlos cabeceou com força para abrir o placar.
Surpreso com o gol sofrido, os comandados de Wanderley Luxemburgo se lançaram ao ataque. Até Marcos se arriscou a deixar o gol para tentar cabeçada em falta lateral. Os paulistas, contudo, não tinham organização e continuavam esbarrando na defesa alvinegra. A vitória mandante estava garantida.