O Boca Juniors fez jus à fama de ser uma das grandes potências do futebol mundial. Na noite desta quinta-feira, a equipe argentina mostrou equilíbrio e categoria para segurar o empatar com o São Paulo por 2 a 2, no Morumbi, e conquistar o seu terceiro título da Recopa Sul-americana, que reuniu os campeões da Libertadores da América e da Copa Sul-americana do ano passado.
A conquista é vista com grande importância para o Boca Juniors. Com 16 títulos sul-americanos, o time de Buenos Aires se considera o clube com maior número de taças internacionais no mundo, ultrapassando Real Madrid, da Espanha, Independiente, da Argentina, e Milan, da Itália. Já o São Paulo, em franca decadência na temporada, amarga seu terceiro vice em 2006, depois de perder o Campeonato Paulista e a Libertadores da América.
Agora, o time brasileiro tenta esquecer o fracasso e volta a entrar em campo no domingo pelo Campeonato Brasileiro em mais uma decisão. A partir das 16 horas, o Tricolor enfrenta o Internacional, novamente no Morumbi, na reedição da final da Libertadores com os dois primeiros colocados da competição nacional.
O jogo
Apesar de entrar com apenas um atacante, devido às contusões de Leandro e Aloísio, o São Paulo buscou o gol desde os instantes iniciais. Depois de alguns jogos sem apresentar a mesma qualidade dos tempos de Libertadores da América, o ala Souza era um dos mais acionados e se mostrava ligado em campo.
Com um time muito habilidoso, o Boca Juniors não ficava, por sua vez, somente se defendendo. As principais jogadas dos visitantes eram centralizadas no rápido Palacio, que se destacou na vitória da semana passada por 2 a 1 e, sozinho, dava trabalho ao trio de zagueiros do Tricolor.
Porém, o jogo não empolgava a torcida que compareceu ao Morumbi. O São Paulo sentia nítidas dificuldades em sair da forte marcação argentina. Mais uma vez, a falta de uma referência ofensiva – com a contusão de Aloísio – era um obstáculo para a equipe comandada por Muricy Ramalho.
Até que aos 34 minutos apareceu um momento de genialidade de Souza. O inspirado são-paulino driblou de forma espetacular Marino no lado direito e deu passe primoroso para Júnior. Livre na área, o ala só teve o trabalho de tocar a bola na saída do goleiro Bobadilla para abrir o marcador.
A partir daí, o jogou ganhou em emoção. Em busca do empate, o Boca Juniors foi para o ataque. Aos 38 minutos, Marino recebeu na área e bateu para excelente intervenção do goleiro Rogério Ceni. Dois minutos depois, veio, entretanto, o gol argentino. Após cruzamento da esquerda de Krupoviesa, a zaga brasileira parou, Palermo desviou no segundo pau e Palacio completou para as redes de cabeça no meio da área.
No segundo tempo, as equipes voltaram mais cautelosas. Por isso, as chances ficaram escassas. O Boca Juniors se mostrava conformado com o resultado que lhe garantia o título. Já o São Paulo sofria com o receio de sofrer mais um gol. Com o passar do tempo, a torcida paulista passou a exigir mudanças de Muricy Ramalho.
Por isso, a partir dos 20 minutos, o Tricolor passou a jogar no 4-4-2. Alex Dias entrou no lugar do zagueiro Edcarlos. Só que aos 30 minutos, o Boca Juniors definiu a fatura. Palermo fez jogada individual na entrada da área, deixou Fabão sentado no chão, invadiu a área e fuzilou Rogério Ceni para marcar 2 a 1.
No final, o São Paulo ainda empatou. Thiago escapou pela esquerda, cruzou rasteiro e Rodríguez desviou contra para as próprias. Porém, o gol não foi suficiente para evitar o título do Boca Juniors.