O Boca Juniors estragou a festa do Palmeiras ao vencer por 2 a 0 o último amistoso antes do fechamento do Palestra Itália para a construção de uma moderna arena. Com o triunfo na noite desta sexta-feira, o time argentino consolida seu status de carrasco do Verdão nos últimos anos.
O Boca venceu o Palmeiras de forma dramática em duas edições da Copa Libertadores. Na decisão de 2000 do torneio continental, realizada no Morumbi, ganhou por 4 a 2 nos pênaltis. Na semifinal de 2001, no Palestra Itália, os argentinos levaram mais uma disputa por penalidades (3 a 2).
Apesar do retrospecto desfavorável nos últimos anos, o Palmeiras tem larga vantagem no confronto direto contra o Boca Juniors. Em 21 jogos desde 1935, o Verdão contabiliza sete vitórias e 34 gols marcados. Já os argentinos têm três triunfos e 25 gols. No entanto, levaram a melhor em duas das três decisões nos pênaltis.
O Palestra Itália recebeu seis jogos entre Palmeiras e Boca Juniors, dois deles históricos. Antes de cair na semifinal da Copa Libertadores de 2001, o Palmeiras venceu os argentinos por 6 a 1 na fase de grupos da edição de 1994 do torneio continental e impôs ao rival sua maior goleada fora da Argentina.
Palco de 16 títulos do Palmeiras e inaugurado na primeira metade do século passado, o estádio alviverde permanecerá fechado durante os próximos dois anos. A previsão inicial é finalizar a Arena Palestra, com capacidade para 45 mil pessoas, em 2012. O local poderia, inclusive, ser aproveitado na Copa do Mundo de 2014.
Com nove pontos ganhos em sete rodadas, o Palmeiras ocupa a décima colocação do Campeonato Brasileiro. O primeiro compromisso da equipe após a pausa para a disputa da Copa do Mundo será às 21h (de Brasília) da próxima quinta-feira, contra o Santos, no Pacaembu.
Em baixa desde o final do ano passado, o Palmeiras aposta no técnico Luiz Felipe Scolari para reagir. Campeão da Copa Libertadores de 1999, ele se apresenta na próxima quarta-feira. O clube também está perto de repatriar o chileno Valdívia, contratado pelo Al Ain após o título paulista de 2008.
A Despedida – O clube armou uma festa para o evento e, após uma exibição de veteranos como Evair e Ademir da Guia, o time foi saudado com foguetes. Dentro de campo, no entanto, não houve motivos para sorrir, a não ser pelo retorno do atacante Kléber.
O Boca Juniors dominou as ações nos primeiros momentos da partida. Logo aos 9 minutos, Viatri ganhou disputa com Edinho na intermediária e bateu com perigo. Dez minutos depois, os argentinos abriram o placar. Cañete cobrou falta, Bruno deu rebote e Viatri teve calma para aproveitar o presente.
O jovem goleiro reconheceu a falha que resultou no primeiro gol da partida e não culpou a polêmica bola Jabulani, criticada intensamente no Mundial da África do Sul e utilizada no amistoso. "Eu tentei espalmar mais para o lado possível, mas ele teve tempo para limpar e bater", lamentou.
Em mais um lance originado em uma jogada de bola parada, o Boca Juniors aumentou a vantagem. Aos 37 minutos, Cañete cobrou escanteio do lado direito e Viatri dominou no peito. O zagueiro Maurício Ramos se confundiu e a bola sobrou limpa para finalização certeira de Muñoz.
Homenageado por ser o jogador com mais partidas no Palestra Itália (211), Marcos atribuiu a falta de conjunto do time comandado por Flávio Murtosa, auxiliar de Felipão, aos poucos treinamentos. "A maioria foram treinos físicos e táticos. Ele ainda está buscando o time ideal", disse o goleiro, em recuperação de uma artroscopia no joelho esquerdo.
Depois de ver momentos históricos do clube em um documentário exibido pelo telão do estádio no intervalo, os torcedores voltaram à realidade. Em desvantagem, Murtosa colocou Deola, Marcos Assunção, Léo e Tadeu nos lugares de Bruno, Lincoln, Maurício Ramos e Ewerthon. O auxiliar de Felipão ainda tentou aumentar o poder de fogo com Vinícius na vaga de Márcio Araújo, sem sucesso