O Bayern de Munique entrou em campo para enfrentar o Manchester United, nesta quarta-feira, pressionado pelo 1 a 1 do jogo de ida, na Inglaterra, e por uma rara sequência de três jogos sem vitórias. No início do segundo tempo, os Diabos Vermelhos deram um susto e calaram a Allianz Arena, mas com grande atuação de Arjen Robben, a equipe comandada por Pep Guardiola conseguiu uma suada vitória de virada por 3 a 1 e se classificou para as semifinais da Liga dos Campões da Europa.
O jogo foi mais difícil do que se imaginava. Apesar da péssima fase, o United superou suas fragilidades e, com disposição tática impressionante, anulou os bávaros por praticamente 60 minutos. O time inglês chegou a abrir o placar com um golaço de Evra aos 12 da segunda etapa, mas sofreu o empate logo na sequência após cabeçada de Mandzukic. A igualdade repentina animou o Bayern, que contou com assistência (para Müller) e gol de Arejn Robben para fazer 3 a 1 e celebrar a vaga na próxima fase do torneio eruopeu.
Esta será a terceira semifinal consecutiva do atual campeão alemão Bayern de Munique na Champions League. Finalista nas duas últimas temporadas, a equipe bávara agora aguarda o sorteio a ser realizado na próxima sexta-feira, em Nyon (Suíça), para conhecer o adversário que tentará superar a fim de repetir o destino de 2011/12 e 2012/13. Ao Manchester United, por outro lado, resta voltar as atenções ao Campeonato Inglês, torneio no qual ocupa a modesta sétima posição e luta apenas por vaga na Liga Europa.
O Jogo-Sem poder contar com Thiago Alcântara, machucado, e Bastian Schweinsteiger e Javi Martínez, suspensos, Pep Guardiola mostrou ousadia e escalou o Bayern de Munique com cinco jogadores extremamente ofensivos do meio para frente: Mario Götze, Tomas Müller, Franck Ribéry, Arjen Robben e Mario Mandzukic. Por sua vez, David Moyes, sem Van Persie, Fellaini e Rafael, mandou Wayne Rooney – até então dúvida – a campo. O jogador inglês, porém, foi escalado para atuar ao lado de Welbeck, uma vez que o japonês Shinji Kagawa começou entre os onze e ficou responsável pela armação de jogadas.
Nos primeiros minutos, como já era esperado, o Bayern manteve uma massacrante posse de bola, principalmente na entrada da área inglesa. Assim como no jogo de dia, em Old Trafford, o United se fechava com duas linhas de quatro, mas, diferente do ocorrido em Manchester, não abdicava de investir ofensivamente nos contragolpes. Foi assim, aliás, que Rooney teve a primeira chance de gol nos pés. Aos oito minutos, ele aproveitou desatenção da zaga bávara e surgiu com muito espaço na entrada da grande área. Em vez de finalizar com a canhota, porém, tentou trazer para o pé direito e, quando arriscou, mandou em cima da defesa.
O Bayern não se intimidou com a jogada e seguiu em cima do United. Robben, pela direita, e Ribéry, pela esquerda, eram as principais válvulas de escape do time alemão, que, se encontrava dificuldades para furar a retranca azul e preta, não tinha vida fácil para segurar os contra-ataques ingleses. Mais solto que no jogo de ida, o Manchester voltou a assustar aos 17 minutos. Rooney recebeu de Kagawa na direita, cruzou com veneno na segunda trave, e Valencia completou para o fundo das redes. A arbitragem, entretanto, anulou o lance, assinalando impedimento.
Daí para frente, a tônica seguiu a mesma: Bayern com a posse de bola no campo de ataque, e Manchester United se fechando na entrada da área. O problema da equipe alemã, porém, eram as finalizações. Robben, Kroos, Ribéry e Müller até arriscaram para o gol, mas, descalibrados, mandaram para fora ou em cima da zaga inglesa. Por outro lado, Valencia, Kagawa e Welbeck mostravam excelente disposição tática e fechavam as opções bávaras pelas pontas. Assim, o primeiro tempo acabou com o 0 a 0 no placar, nenhuma finalização certeira dos alemães em 13 tentativas, e o Manchester United acreditando que era possível se classificar para as semifinais.
Tal crença aumentou quando o Bayern voltou para a segunda etapa em ritmo ainda menor que o da primeira etapa. Se, na primeira metade da partida, conseguiam pelo menos manter a posse de bola no campo do adversário, os bávaros sequer habitavam a defesa do United constantemente. E isto se refletiu no placar. Aos 12 minutos, dois depois de Kagawa obrigar Neuer a fazer a primeira defesa da partida, Evra aproveitou cruzamento de Valencia e, da entrada da área, acertou um lindo chute de primeira no ângulo esquerdo de Neuer. Um golaço.
Ele, contudo, pareceu ter anestesiado o lateral francês que, no lance seguinte, esqueceu de acompanhar Mandzukic, e viu o croata completar levantamento de Ribéry com um mergulho para o fundo das redes: 1 a 1. Os dois gols deixaram o jogo aberto. Manchester e Bayern passaram a trocar ataques constantemente, e a bola não parava no meio de campo. Tal estilo favoreceu à maior qualidade dos alemães, que, então, contaram com o pode de decisão de Arjen Robben para sacramentar a sua classificação. Aos 22 minutos, o holandês limpou a marcação pela direita, chegou à linha de fundo e cruzou rasteiro para o meio. Oportunista, Tomas Müller se antecipou à zaga e apenas cutucou para o fundo do gol.
Nove minutos depois, o herói do título europeu do ano passado carregou toda a marcação inglesa da direita para o meio e, ao seu estilo, anotou o terceiro com um arremate de canhota. Antes de entrar, a bola ainda desviou em Vidic, matando o goleiro De Gea. Com o 3 a 1 no placar, o Bayern passou a controlar a partida e manter a posse de bola. Em um lance, Alaba chegou à linha de fundo e levou perigo a De Gea após levantamento que cruzou toda a extensão da grande área. Na sequência, Robben obrigou o goleiro espanhol a defender fraca finalização.
O Manchester United, então, foi para cima desesperadamente, mas não teve forças para sequer assustar Neuer. O Bayern seguiu dominante, ainda levou perigo em chute de bico de Pizarro, e depois só esperou o apito final para comemorar a classificação à terceira semifinal consecutiva de Liga dos Campeões da Europa. Segue vivo o sonho da segunda Tríplice Coroa seguida da equipe bávara.