Bicampeão mato-grossense de futebol e um dos clubes mais tradicionais do Estado, o Sorriso Esporte Clube passa por momentos nada agradáveis. Afundado em dívidas, o clube agora precisa encontrar saídas para quitar débitos que somam R$339,5 mil, já embutidos juros e acertos que ainda devem ser realizados. O futuro reservado ao Lobo do Norte é incerto e nele está inserida a hipótese de ficar afastado das principais competições no próximo ano.
O saldo negativo foi contraído em aproximadamente cinco meses, período no qual houve o estadual 2008, e que o SEC terminou na quarta colocação. Para reestruturar-se perante o cenário estadual, deve haver o desembolso de aproximadamente dez mil sacas de soja. Os motivos que teriam levado a equipe ao gasto descontrolado podem estar vinculados a falta de planejamento.
Na temporada as receitas – originadas a partir da venda de ingressos, venda de bebidas, patrocínios, bilheteria de jogos, camisetas, entre outros – atingiram R$343.521 mil. Por outro lado, as despesas chegaram a R$636.551, gerando saldo negativo de R$293.030,00. Somadas à relação de pendências que ainda precisam ser adicionadas, o montante ultrapassa os R$339 mil.
Somente a folha salarial dos jogadores ao longo dos meses chegou a R$267.935,00. Da comissão técnica, outros R$44 mil. Com a alimentação, R$58.216,00. Transporte interno parar levar jogadores ao Centro de Treinamento, gastos R$19.500,00. Com passagens aéreas, R$46.435,00. A lista não pára por aí. Despesas com alojamento (água, luz, móveis, aluguel e outros) chegaram a casa dos R$22,308,00.
De material esportivo R$23.737,00. O valor contraído com despesas médicas foi de R$7.050,00. Com fisioterapeuta/academia, R$13.500,00. Com contratos, taxas anuais cobradas pela Federação Mato-grossense de Futebol, outros R$2.980,00. A transferência de 32 atletas gerou dívidas de R$28.800,00. De despesas administrativas, R$7.250,00. O custeio para jogos fora de Sorriso chegou a R$52.670,00. Despesas com farmácia, R$4.670,00. Hospedagens em Sorriso, R$17,5mil, e, remunerações de jogadores, R$20mil.
Pelo menos 38 jogadores teriam sido contratados pelo Lobo do Norte. Entretanto, ainda no início da temporada, parte dos atletas demonstrou não corresponder as expectativas da diretoria. Logo após sofrer goleada para o Luverdense, na estréia do mato-grossense, seis foram mandados embora, sendo Guilherme, Alair, Ricardo, Willian, Manolo e Pedro. Posteriormente, outros foram inseridos ao grupo.
Ao todo, estima-se que pelo menos 12 deixaram Sorriso ao decorrer do campeonato. Membros da comissão técnica também não permaneceram muito tempo. Contratado para montar o grupo que brigaria pelo título, e que logo após assumiu a parte técnica, Ernesto Guedes (cuja folha salarial chegava a R$2,5 mil/mês mais percentuais), deixou a equipe antes do encerramento do campeonato. Eduardo Henrique assumiu pouco tempo depois.
Atualmente as atividades do SEC encontram-se paralisadas, enquanto a situação permanece sem solução. Se por um lado o time profissional esteve abaixo das expectativas da torcida, três nomes despontaram para o futebol nacional. Coquinho, hoje integrado junto ao Atlético Paranaense, Gauchinho (Paraná Clube) e Diego Rocha Os tres Coquinho (Atlético Paranaense) , Gauchinho (Parana clube) e o Diego Rocha (Operário de Ponta Grossa), na época ainda estavam ligados à base.
O campeão estadual deste ano foi o Mixto e o União vice.