Marcelo Vilar entrou para tapar o buraco deixado pela saída de Emerson Leão às vésperas de uma seqüência de clássicos.
Não se sentiu como um interino, apesar de a diretoria ter deixado claro sua condição, e planejou o futuro para o time, em busca de uma recuperação a longo ou, na melhor das hipóteses, a médio prazo.
E, com seu jeito de lidar com os jogadores –bem mais acolhedor que o de seu antecessor–, conquistou o elenco do Palmeiras, a ponto de agora já haver manifestações de atletas para sua efetivação no cargo.
O atacante Washington foi o porta-voz da solidariedade dos jogadores em prol da manutenção de Vilar -o que deve não acontecer, caso a diretoria entre em consenso a respeito de um nome para o cargo.
“Ele é um excelente treinador. Talvez não tenha os títulos que outros tiveram. Mas é uma pessoa que merece essa chance, esse respaldo”‘, disse. “Com certeza, a gente o apóia. E a gente vai tentar a vitória para que ele ganhe essa confiança. A maneira que ele tem de ficar depende da gente”‘, completou.
Vilar agradece às palavras vindas de seus comandados e aproveita para encaixar um auto-elogio. “Fico lisonjeado com isso. Os jogadores não estariam se manifestando dessa forma se não sentissem algum conteúdo no treinador.”
Mas, enquanto ainda não é informado se o desejo de seus comandados será ou não levado em consideração, Vilar continua com sua “revolução silenciosa” na equipe do Parque Antarctica.
Mais uma vez ele deverá apelar para jogadores oriundos do time B, o qual comandava, para escalar seus titulares diante do Cruzeiro.
O lateral-direito Ilsinho, o zagueiro Thiago Gomes e o volante Francis parecem ser nomes certos para começar a partida no estádio do Parque Antarctica. Outro que pode engrossar a “legião B”‘ é Wendel.
“Se eu tivesse segurança nos [jogadores] que eu tinha, não traria os moleques'”, diz Vilar. “Eu confio nos moleques. Eles estão mais aptos a colocar em prática o que eu tinha na cabeça, pois já trabalhavam comigo”‘, completa.