A Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) publicou a súmula da partida entre União e Mixto, no estádio Luthero Lopes, em Rondonópolis, no último domingo. No documento, o árbitro Daniel Martins dos Santos relatou agressões verbais e físicas de quatro jogadores e do técnico Vevé, todos do time alvinegro e que acabaram expulsos no final do segundo tempo. A súmula deve embasar uma ação contra o time da capital, que pode acabar sendo punido pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de Mato Grosso.
Segundo a versão do juiz, a confusão teve início com as expulsões dos reservas Ediley e André Bueno, ambos por o agredirem “verbalmente”. De acordo com Martins, Ediley o teria chamado de “juiz ladrão! Seu fraco! Muito ruim!”. André Bueno, por outro lado, teria acusado o árbitro de estar comprado e ainda teria invadido o campo para agredi-lo, empurrando seguidas vezes, na altura do peito e do rosto, o árbitro assistente Benilson Gomes de Souza e influenciando um “tumulto generalizado”.
Em seguida, o goleiro Lucas Viana e o jogador Luiz Henrique, segundo o relato de Daniel Martins, teriam entrado no campo também para agredir o assistente. O arqueiro teria desferido um chute na cabeça do auxiliar, “causando um hematoma”, enquanto Luiz Henrique é acusado de o atingir com um pontapé na altura do abdômen. Ambos só teriam parado de agredir o “bandeirinha” com a intervenção da Força Tática, que usou spray de pimenta para dispersar os “brigões”.
O técnico Vevé, relatou o árbitro, teria apoiado o conflito e também tentou agredir o assistente. “Safado, vagabundo, ladrão! Tem que apanhar mesmo!”, teria dito o treinador ao juiz.
Daniel, por outro lado, não citou qualquer agressão ou mesmo tentativa de defesa por parte da equipe de arbitragem, principal reclamação do presidente do Mixto, Paulo César Gatão. Segundo o mandatário, conforme Só Notícias já informou, Benilson provocou a confusão. “Ele agrediu primeiro, batendo com a bandeirinha na cabeça de um dos nossos atletas”, afirmou o dirigente ao Craques do Rádio.
Gatão também viu culpa e despreparo de seus jogadores. Para ele, alguns deles reclamaram com a arbitragem nos acréscimos, ao final da partida. O juiz Daniel Martins expulsou dois jogadores do banco de reservas por reclamação e isso causou irritação. “Sei que eles se excederam nas reclamações e xingamentos, mas até aí era só bate-boca. Aí o assistente, que é de Rondonópolis, agrediu um jogador nosso (o goleiro Lucas) com uma bandeirada violenta. Aí não teve como segurar, foi uma revolta geral e alguns jogadores perderam a cabeça realmente”.
Ainda segundo o presidente, alguns dos jogadores registraram um boletim de ocorrência contra o assistente na delegacia da Polícia Civil de Chapada dos Guimarães, assim que o grupo retornou de Rondonópolis.
O jogo terminou em vitória para o União por 3 a 0.