Neste sábado, a Alemanha curou a ressaca da derrota para a Espanha (válida pelas semifinais), venceu o Uruguai por 3 a 2 e ficou com a terceira colocação da Copa do Mundo da África do Sul. Eficaz e beneficiada pela pouca inspiração do goleiro uruguaio Muslera, a Alemanha manteve o tabu de nunca ter perdido para os rivais da América do Sul em partidas oficiais e reeditou o resultado de 1970, quando as equipes também se enfrentaram atrás do terceiro posto e os germânicos saíram vencedores.
O jogo – Desfalcada por Klose, Podolski, Neuer (que começaram como reservas) e Lahm (nem relacionado), a Alemanha começou melhor e, com a bola no chão, chegou com mais facilidade à meta de Muslera. Apesar de mais consistente, a primeira chance ocorreu através de uma bola parada. Aos nove minutos, após escanteio pela esquerda, Friedrich acertou uma bola na trave e quase inaugurou o placar no Estádio Nelson Mandela Bay.
A superioridade germânica se transformou em gol nove minutos depois. Eleito um dos dez melhores jogadores da Copa, Schweinsteiger arriscou chute de longe, Muslera (prejudicado pelas variações da Jabulani) não segurou e, no rebote, Muller – de volta ao time após cumprir suspensão – fez 1 a 0 e assumiu a artilharia do Mundial com cinco jogos, ao lado de David Villa (Espanha) e Sneijder (Holanda).
Aguerrida, a Celeste Olímpica não se deixou abater, não baixou a guarda e, após causar perigo em bolas paradas do atacante Forlán, igualou o marcador. Aos 27 minutos, Pérez desarmou Schweinsteiger, a bola sobrou para Suárez que acionou Cavani. O atacante do Palermo teve tranquilidade e tocou na saída do goleiro Butt.
Após o empate e, debaixo de muita chuva, a partida esfriou. No entanto, a melhor chance foi criada pelos sul-americanos. Aos 41 minutos, Suárez – em alguns momentos, vaiado pelo toque de mão contra Gana, nas quartas de final -, abusou da individualidade, chutou para fora e desperdiçou uma chance clara de gol.
A segunda etapa começou movimentada. Logo aos seis minutos, o volante Arévalo disparou pela direita e cruzou na medida para Forlán que, de primeira, marcou um golaço de voleio. Foi também o quinto tento do experiente atacante do Atlético de Madrid.
Apesar do gol-relâmpago, a resposta alemã não tardou. Cinco minutos depois, Boateng cruzou, Muslera falhou novamente na saída, e Jansen empatou em 2 a 2. Apesar da efervescência inicial, o embate voltou a ficar equilibrado.
O Uruguai passou a ameaçar nas individualidades de seus homens de frente. Em contrapartida, a Mannschaft – bem postada na defesa – passou a marcar os sul-americanos em seu campo de defesa e ficou perto do gol.
Foi aos 37 minutos que a blitz alemã surtiu efeito. Após longo bate-rebate na área, o volante versátil Khedira aproveitou o corte errado de Lugano e cabeceou nas redes uruguaias.
Sem se entregar, o Uruguai, principal surpresa na África do Sul, foi para cima e, aos 48 minutos, Forlán cobrou falta na trave e encerrou a participação da Celeste Olímpica de forma ainda mais honrosa.