A gestão de Adalberto Baptista como diretor de futebol do São Paulo terminou nesta quinta-feira. Pressionado neste período de maus resultados do Tricolor, o agora ex-dirigente entregou uma carta de demissão “em caráter pessoal e irrevogável”.
O Tricolor emitiu um comunicado oficial para informar a saída do ex-dirigente, que estava à frente das negociações do departamento de futebol desde maio de 2011. Antes, Adalberto Baptista trabalhava no setor de marketing do clube e ganhou a confiança de Juvenal Juvêncio quando conseguiu contratar Luis Fabiano.
Depois de ter repatriado o ídolo da torcida, Adalberto Baptista foi promovido por Juvenal, deixando a área do marketing para comandar o futebol. Nesta mudança, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, deixou o setor e virou vice-presidente geral do clube.
Adalberto é visto no clube como bom negociador, inclusive sendo elogiado pela contratação de Denilson, mas tinha dificuldades para lidar com o elenco e até se desentendeu publicamente com o goleiro Rogério Ceni recentemente, chegando a questionar a reposição de bola do ídolo são-paulino.
O atrito com o capitão aumentou sensivelmente o processo de ‘fritura” de Adalberto Baptista, que centralizava as decisões do futebol profissional e também amador. Mas os problemas com o elenco começaram bem antes. O ex-diretor, que é piloto de corrida, gerou controvérsias internas quando foi à Europa para disputar a Copa Porsche, em vez de acompanhar o elenco em jogo da Libertadores contra o Strongest.
Outro episódio marcante foi a decisão de demitir o fisioterapeuta Luiz Rosan, que era um dos mentores do Reffis. Em meio a todos esses problemas, a pressão da torcida aumentava contra o ex-diretor.
As relações de Adalberto com os treinadores também foram intensas. O ex-dirigente não se entendia com Emerson Leão e até trocou farpas com o técnico depois de sua saída. Por outro lado, ele foi um ferrenho defensor de Ney Franco.
A partir de agora, o vice-presidente de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, responderá interinamente pela função da diretoria de futebol profissional. Já o departamento de base volta a ser responsabilidade de Marcos Tadeu. O clube parte em busca de um substituto para o cargo de diretor, que não é remunerado.
Além disso, existe a possibilidade de o Tricolor contratar um gerente profissional. Independentemente da opção de ter ou não uma pessoa remunerada na gestão, o São Paulo é obrigado a ter um dirigente voluntário, escolhido dentro do próprio clube.