O governo do Estado assinou convênio com a Associação de Judô Estrela da Serra para a criação de academias de artes marciais em aldeias indígenas. A iniciativa tem o apoio do campeão pan-americano Davi Moura, que esteve na Casa Civil, hoje, com o presidente da entidade, Dario Togo Schimosako, e com o idealizador do projeto, Wilson Verta.
“A gente sabe que os índios estão tendo problemas com drogas e álcool, e o judô pode mudar essa situação. Por isso, fiz questão de estar presente e participar. Já fui à aldeia, montamos um tatame, treinei com eles e conversei bastante”, contou o judoca cuiabano.
A Associação de Judô Estrela da Serra existe há 13 anos e trabalha com o esporte para resgatar crianças das ruas. Cerca de 3.000 jovens já foram atendidos. Agora, a ideia é expandir o projeto para os índios das aldeias Formoso e Rio Verde, da etnia Paresi, localizadas perto de Tangará da Serra.
As aulas serão ministradas por instrutores que conheceram o judô por meio do trabalho social da associação e puderam ampliar seus horizontes. “A gente entende que, através do esporte, você consegue educar, trazer mais respeito e, principalmente, disciplina”, explica o presidente da entidade, Dario Togo Shimosako.
A verba destinada pelo governo será utilizada no pagamento dos instrutores e na aquisição de quimonos para os alunos. Já a Confederação e a Federação Brasileira de Judô cederam tatames para as academias.
O idealizador do projeto afirma que a iniciativa é inédita. “Serão as primeiras academias de judô em aldeias indígenas no mundo”.
Segundo ele, a ideia foi bem recebida pelos caciques. “Acredito muito que teremos no futuro um campeão indígena. Assim como Davi Moura, nosso grande ídolo atual, quem sabe nós não teremos um ídolo indígena? Eles são guerreiros por natureza”.