A Universidade Federal de Mato Grosso anunciou que diante do corte de 30% das verbas, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC), na semana passada, “serão necessárias algumas medidas emergenciais para o funcionamento da universidade até o término do primeiro semestre como cancelamento de abertura de novos editais de mobilidade, diminuição de eventos, corte no custeio para viagens internacionais e redução nas aulas de campo em outros Estados.
A decisão foi anunciada, hoje, após reunião realizada, ontem, entre membros da administração superior, diretores de unidades acadêmicas dos cinco campus da Universidade Federal de Mato Grosso e representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos (Sintuf) e da Associação dos Docentes (Adufmat – Seção Sindical).
Na oportunidade, o grupo também decidiu pela realização de um ato unificado em defesa da educação pública na próxima quarta-feira (15). No período da manhã, a mobilização será nos campus e, à tarde, em ruas e praças.
A prioridade da UFMT é trabalhar para reverter, o mais rápido possível, o bloqueio. A reitora, professora Myrian Serra, explica que, “se isso não ocorrer, os contratos não serão honrados, o que inviabilizará o funcionamento da universidade no segundo semestre”.
Duas das áreas mais afetadas devem ser as de pesquisa e de ensino de pós-graduação, segundo a assessoria da UFMT. Além da diminuição nos investimentos com laboratório, insumos de pesquisa e equipamentos, o bloqueio de 30% torna todas as ações da universidade insustentáveis pela falta de energia, limpeza e segurança, explicou a pró-reitora de Pesquisa, professora Patrícia Silva Osório.
A pós-graduação também sofre o impacto no corte das bolsas, o que fragiliza os 66 programas existentes. “A médio prazo, isso impede a formação de profissionais de ponta para a região e, a longo prazo, compromete todo o desenvolvimento científico, econômico e social”, disse a pró-reitora de Ensino de Pós-Graduação, professora Ozerina Victor de Oliveira.
Atualmente, a UFMT tem mais de 680 projetos de extensão atuando diretamente nas comunidades em que se insere e esse número chegaria a mil até o final do ano. No entanto, o bloqueio pode inviabilizar a continuação desses projetos.
Para o professor Fernando Tadeu de Miranda Borges, pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência, “se a universidade paralisa, todos esses programas e projetos vão deixar de ser atendidos. São muitas atividades ligadas à cultura, à saúde, ao conhecimento que impactam diretamente na população”, disse, através da assessoria.