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Sorriso: 10,6% dos professores trabalham três turnos em mais de uma escola

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Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) mostrou que10,6% dos docentes da rede municipal de ensino de Sorriso trabalham três turnos, em duas ou três escolas. De acordo com o Indicador de Esforço Docente, que leva em consideração o ano base 2014, 5,30% destes profissionais dão aulas para mais de 300 alunos, e outros 5,30% para mais de 400, em até três etapas diferentes.

A grande maioria dos profissionais, cerca de 38,5%, no entanto, trabalha em, no máximo, dois turnos, em uma única escola e etapa, com uma média de 25 a 300 a alunos no total. Outros 36,5% ainda trabalham em até dois turnos, duas escolas, duas etapas e com cerca de 50 a 400 alunos. Da quantidade de trabalhadores na rede municipal, 8% atuam em um único turno, escola e etapa, com até 150 estudantes. Aproximadamente 6,4% trabalham com, no máximo, 25 alunos, em um único turno, escola e etapa.

Outra avaliação divulgada pelo Inep é o Indicador de Adequação da Formação Docente, que classifica os profissionais segundo a adequação de sua formação inicial à disciplina e etapa de atuação na educação básica. Segundo o Inep, 70% das disciplinas são ministradas na rede municipal por professores com formação superior de licenciatura ou bacharelado com complementação pedagógica na mesma área da que lecionam. 12,4% das matérias, por outro lado, são ministradas por professores com formação superior não considerada nas categorias anteriores.       

Conforme a pesquisa, 10,1% é o percentual de disciplinas ministradas por professores com formação superior de licenciatura (ou bacharelado com complementação pedagógica) em área diferente daquela que lecionam. 5,20% de disciplinas são ministradas por docentes com bacharelado (sem complementação pedagógica) na mesma área da disciplina que lecionam. Por fim, 2,30% das matérias são ministradas por professores sem formação superior.

O diretor da sub-sede do Sindicato dos Profissionais do Ensino Público (Sintep), Edivaldo Mazolini, comentou a pesquisa e alegou que muitos trabalhadores optam por várias jornadas de trabalho por falta de valorização. “O que leva à jornada tripla? A remuneração não é suficiente para sobreviver. Sorriso tem um custo de vida alto. Hoje o profissional recebe cerca de R$ 1,6 mil em início de carreira, por uma jornada de 20 horas semanais. Consideramos pouco, pois se transformar para uma jornada de 30 horas chega a R$ 2,4 mil. A rede estadual paga, em contrapartida, pelas 30 horas, cerca de R$ 2,9 mil. Por isso lutamos por uma jornada única”.

O sindicalista também alertou que os profissionais sofrem consequências por optarem por uma jornada maior e que os alunos também acabam prejudicados. “Terão expectativa de vida menor, problemas de saúde e, talvez, um desempenho profissional menos satisfatório. Como trabalhar três turnos e ainda cuidar de uma família? Isso, por si só, já explica qual é a consequência para os estudantes”, avaliou.

A secretária de Educação, Silvana Faccio, também foi procurada para comentar o assunto, porém, seu celular estava desligado. 

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