Quem entra hoje na escola estadual Enio Pipino – uma das mais antigas em Sinop – se depara com um fato, no mínimo, questionável. Metade da unidade está reformada e outra ainda apresenta as características da última adequação feita no prédio há muito tempo. A parte “nova”, finalizada em 2008, envolve pelo menos dez salas de aulas. Já a conclusão, nas demais, além de banheiros e secretaria, ainda não tem previsão para começar, apesar de um novo projeto para finalização dos trabalhos ter sido elaborado, segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
A demora na liberação da Seduc para as licitações e outros procedimentos necessários para a conclusão dos trabalhos é motivado, principalmente, por procedimento administrativo instaurado em agosto visando apurar supostas irregularidades e possíveis responsabilidades da construtura durante o processo de execução da recente reforma, cujo contrato previa adequação geral. O procedimento tinha prazo para conclusão de 60 dias, porém, foi prorrogado por mais 60, contatos a partir da última sexta-feira (15), conforme a nova portaria publicada em Diário Oficial.
O contrato em análise foi assinado em 27 de dezembro de 2007, determinando investimento de R$ 508,9 mil para reforma geral da escola. Em nota, a Superintendência de Estrutura Escolar da Seduc apontou que uma equipe da secretaria foi até a unidade educacional, elaborou um projeto para finalização da obra com base no que foi averiguado e que, “caso constatado falha na execução da obra, será aberto um novo processo licitatório para nova empresa. O objetivo é assegurar a obra sem prejuízos físicos e financeiros para a comunidade escolar e o Estado”.
No entanto, ao contrário do que diz a portaria de prorrogação do procedimento e a Seduc, a responsável pela construtora, Clarisse Rocha, afirmou que o processo de análise já foi concluído e que recebeu o resultado, recentemente. “Recebi a resposta dizendo que o erro foi na Seduc. Está tudo aqui, dizendo que está ‘ok”. Na verdade era uma licitação errada da Seduc. A planilha era para construção mas na verdade seria feita reforma”, explicou, ao ser procurada por Só Notícias. Entre os motivos apontados pela secretaria à construtora, segundo Rocha, estaria a mudança de vários servidores da pasta. “O que houve foi um grande mal entendido. Foi confirmado que a planilha [de reforma] estava executada em conformidade mas que houve o erro devido a troca de funcionários”, destacou.
A continuidade da reforma deve englobar as seis salas de aulas que faltaram, além da secretaria e dos banheiros. A unidade educacional atende, anualmente, cerca de 2 mil estudantes.