A implantação do curso de medicina em Sinop foi discutida, esta noite, em uma audiência pública, no plenário da câmara de vereadores. Várias lideranças participaram das discussões entre elas deputados federais Nilson Leitão (autor do requerimento na Câmara dos Deputados para ser feita a audiência), Roberto Dorner, Dilmar Dal Bosco, Baiano Filho, vereadores, o secretário estadual de Saúde, Pedro Henry, a reitora da UFMT, Maria Lúcia Neder, representantes de entidades, médicos e o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), idealizador da audiência. Alunos de escolas estaduais, particulares e de universidades também acompanharam as discussões.
“Sou entusiasta da interiorização da universidade. Fui a primeira a defender essa bandeira ainda nos anos 70. Como reitora da universidade e autora de diversos projetos no sentido de levar a universidade pública aos municípios do interior, quero dizer que minha luta será para não apenas instalarmos o curso de medicina no campus de Sinop, mas pelo menos outros 20 em áreas essenciais para o fortalecimento e desenvolvimento de toda essa região”, disse a reitora.
O delegado do Conselho Regional de Medicina, Frederico Bussolaro, como médico, disse que é favorável a implantação do curso no município, porém, o conselho é contra a “abertura indiscriminada de escolas de medicina no Brasil. Isso porque nos últimos 15 anos aumentou em 100% o número de escolas de medicina e isso não demonstrou uma melhoria na saúde pública do país. O CRM quer que o curso venha para Sinop com a condição de excelência de estudo, de oferta de emprego, e que o município, Estado e a União possam criar condições para que essa faculdade funcione”.
Frederico também acredita que o curso irá melhorar a saúde pública no município. “Irá melhorar porque vai fazer com que os médicos locais se empenhem mais em atender e esse curso abre ambulatórios para poder assistir a população carente, pois na condição que está Sinop hoje, sem condições de atendimento nos postos de saúde, gerando sobrecarga no Pronto Atendimento. A vinda da universidade faz com que abram mais leitos e que os médicos locais abram os olhos para a concorrência. Porém, é necessário que aumente a estrutura e se dê apoio aos bons médicos para que a população não fique assistida por maus profissionais, mas vamos nós como CRM e médico lutar para que as coisas sejam bem feitas”.
O secretário municipal de Saúde, Mauri Rodrigues de Lima, disse que Sinop tem estrutura para receber o curso e que o que falta é o hospital, que é uma exigência do Ministério da Educação. O hospital será uma realidade nos próximo dias com o auxílio do secretário estadual de Saúde, Pedro Henry, e do governador Silval Barbosa, que irá assumir o hospital que seria o principal instrumento para a instalação do curso no município”.
Mauri também disse que o município tem ótimos profissionais de medicina e que eles necessitam passar por uma pós-graduação ou mestrado para que possam compor o corpo docente do curso e que mais profissionais também virão para Sinop com a implantação do curso.
O deputado federal, Nilson Leitão, autor do requerimento na Câmara dos Deputados, para ser feita a a audiência, disse que a grande vitória da audiência foi o anúncio da reitora da UFMT, Maria Lúcia, “que já incluiu no seu plano plurianual o aumento de pelo menos 20 cursos para Sinop e entre eles a faculdade de medicina que seria o carro chefe. Dentro disso a audiência pública já deu um salto enorme para que a gente possa efetivamente sonhar com a concretização da faculdade de medicina”, declarou, ao Só Notícias.
Nem todas as pessoas que acompanharam a audiência são favoráveis a implantação do curso no município, um exemplo é o acadêmico de medicina veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, Luíz Mário Martinez, que disse, ao Só Notícias, não ser contra a vinda de medicina para o município, porém, acredita que a estrutura para os cursos já existentes na UFMT deve melhorar.
“Nós os acadêmicos de medicina veterianária estamos mobilizados nessa audiência não contra a vinda do curso de medicina, mas que antes de pensar em trazer qualquer outro curso para Sinop, precisamos que pensem antes no nosso campus, na nossa estrutura que não está funcionando direito. O hospital veterinário que era para ter ficado pronto há alguns anos ainda não está funcionando, os técnicos administrativos ainda não voltaram a trabalhar e o governo não articula com eles, nos deixando sem acesso a biblioteca e laboratórios”, disse o acadêmico.
O campus de Sinop é formado por uma Pró-Reitoria, três institutos, oito coordenações de curso, uma Supervisão de Administração, uma Supervisão de Graduação e uma Supervisão de Pós-Graduação. Os cursos oferecidos são: Agronomia, Enfermagem, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia Florestal, Farmácia Medicina Veterinária, Zootecnia e Licenciatura em Ciências Naturais e Matemática com habilitação em Física, Química e Matemática.
(Atualizada às 10h44h em 17/9)