Os servidores administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) decidiram encerrar a greve e retornar as atividades normais a partir de quinta-feira (8). A decisão está condicionada a assinatura do Termo de Acordo, prevista para acontecer hoje, em Brasília. A proposta aceita pela categoria prevê o reajuste de 10,8% no vencimento básico parcelados em dois anos, aumento de 0,1% no step a partir de 2017 e adequação de auxílios.
“A expectativa da categoria era voltar antes, mas o governo queria colocar no termo de acordo que deveríamos repor os dias da greve em horas adicionais ao expediente. Reafirmamos que a reposição da greve será feita sobre as atividades e processos acumulados”, explicou a coordenadora geral do sindicato da categoria em MT, Leia de Souza Oliveira.
Ela ressaltou que o governo impôs este acordo, mas que devido o atual cenário econômico e político, a simples redução dos quatro anos para dois anos já deve ser considerada uma vitória. “Não podíamos ficar quatro anos amarrados em um acordo rebaixado que nos impõe perdas inflacionárias. Já em 2016 teremos muita luta contra a retirada de direitos trabalhistas”.
Ela citou como exemplo o fim do abono permanência. “São mais de 500 trabalhadores que podem se aposentar caso o abono permanência seja retirado. A situação é muito delicada na UFMT”.
Com a greve, os servidores conseguiram que o auxílio alimentação saltasse de R$ 373 para R$ 458; o auxílio pré-escolar de R$ 74 para R$ 321; reajuste no repasse do plano de saúde, além da reposição de 10,8% que varia dependendo do valor que cada servidor ganha.
Os servidores estavam em greve desde o dia 28 de maio. No entanto, isso não significa que as aulas nos cinco campi da instituição voltaram imediatamente. Os professores ainda estão em greve e negociam os reajustes. O governo federal propôs o mesmo tipo de plano para os docentes, que analisam se aceitam ou não.