A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maria Lúcia Cavalli Neder, é totalmente favorável à adoção do novo modelo de vestibular unificado, tendo como prova de seleção do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O principal argumento é que esse não é um assunto novo dentro da instituição, que já oferece aos estudantes, desde 2001, a opção de levar em conta o desempenho do exame. A opinião dela pesará na decisão dos 46 integrantes do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), que se reúnem na segunda (11), para oficializar a resposta ao Ministério da Educação (MEC). As mudanças afetarão milhares de estudantes de Mato Grosso. No último processo seletivo, mais de 29 mil candidatos se inscreveram, para o preenchimento de 4.387 vagas, em 4 campi.
Durante entrevista coletiva com a imprensa, Maria Lúcia argumentou que dos aprovados no vestibular 2009, 3.153 (72%) optaram pelo Enem, que tem peso de 20% na nota geral da UFMT e 99% foram aprovados. Entre o total de aprovações, 2.039 (69,2%) eram alunos de escolas públicas e apenas 1.349 (30,7%) das escolas privadas. Isso significa, segundo ela, que não há risco de aderir imediatamente ao Enem, já que não interfere na eletização das vagas. Cursos mais concorridos, como Direito e Medicina, hoje já tem mais da metade das vagas preenchidas por estudantes de outras regiões. “Se esse for o contraponto da discussão, não temos motivo para preocupação, pois na última turma de Medicina, das 80 vagas, 62 estão ficaram com pessoas de fora”.
Se aprovada, a mudança também estimulará o estudante daqui a se inscrever para até 5 universidades, sem ter que gastar nenhum centavo a mais, pois até a inscrição do Enem é gratuita. Hoje, só quem tem dinheiro viaja o país inteiro. Haverá reflexos em médio e longo prazo, com a estruturação do Ensino Básico e Médio, que deixará de ser medido a partir de instrumentos voltados à memorização -ou “decoreba” – para estimular o “pensar”.