PUBLICIDADE

Professores da UFMT de Sinop publicam artigo na revista Science sobre estudo de civilização  

PUBLICIDADE
Redação Só Notícias (foto: William Gomes/assessoria)

Os professores Domingos Rodrigues e Flávia Barbosa da UFMT de Sinop são co-autores de estudo publicado na revista Science que aponta que a floresta amazônica não é tão intocada quanto por muito tempo esteve presente no imaginário popular. Ao todo podem ser até 10 mil registros pré-colombianos, período antes da chegada de Cristóvão Colombo às Américas. O estudo investigou um total de 0,08% da Amazônia com o registro de 24 estruturas, jamais catalogadas, nos estados brasileiros de Mato Grosso, Acre, Amapá, Amazonas e Pará. “Usando os registros de obras de terra encontrada até agora (961) a equipe demonstrou que dezenas de espécies de árvores estão relacionadas com essas ocupações antigas que remontam de 1,5 mil a 500 anos atrás e foram identificadas através do LiDAR, permitindo a visualização detalhada do terreno sob a densa cobertura florestal”, disse Domingos Rodrigues.

O material publicado aponta que estruturas conhecidas como “obras de terra” são anteriores à chegada dos europeus no continente. “Estas, também estão, normalmente, associadas a outros tipos de modificações da paisagem, que comprovam a presença de ocupações indígenas em várias regiões da Amazônia (como, as terras pretas de índio e a presença de espécies domesticadas, entre outras evidências). Além disso, evidencia a sofisticação das técnicas de manejo de terra e plantas por sociedades pré-colombianas, inspirando abordagens contemporâneas para preservar a Amazônia”, destacou Domingos.

O professor também apontou a complexidade do território para o estudo. “Primeiro, nós precisamos pensar nas dificuldades em se fazer pesquisas na Amazônia, devido à sua extensão e especificidades. Portanto, pesquisas em todo o bioma necessitam de equipe multidisciplinar e de dados coletados em todo o bioma, os quais são possíveis devido às redes de coleta de dados padronizados estabelecidas como o Programa de Pesquisas em Biodiversidade, Rede Amazônica de Inventários Florestais e ATDN que cobrem uma parte significativa da Amazônia, permitindo responder questões em diferentes escalas”, disse o professor.

O docente relatou que para a publicação de artigos como o da revista Science, é necessário acessar esses bancos de dados, e também informações oriundas de outras ferramentas como LIDAR (Light Detection and Ranging) para mapear a distribuição de sítios arqueológicos pré-colombiano na Amazônia, construídas por povos indígenas antes da chegada dos europeus. “Assim, 230 pesquisadores de 156 instituições localizadas em 24 países de 4 continentes publicaram o artigo coordenado pelos pesquisadores brasileiros do INPE, Vinicius Peripato e Luiz Aragão. Pesquisas inter e multidisciplinar estão se tornando comum na Amazônia e estão contribuindo para o entendimento de diferentes processos e ocupação da Amazônia”, acrescentou.

Em relação aos resultados da pesquisa e as perspectivas abertas para outras pesquisas, o professor Domingos Rodrigues explicou que povos pré-colombianos faziam uso da terra de forma favorável a conservação. “Esses povos dominavam técnicas sofisticadas de manejo da terra e das plantas, em certos casos, ainda presentes nos conhecimentos e práticas dos povos atuais que podem inspirar novas formas de conviver com a floresta sem a necessidade de destruí-la”.

“Essas descobertas têm implicações políticas, especialmente no debate sobre o marco temporal das terras indígenas no Brasil, reforçando a presença ancestral desses povos na Amazônia e a importância de proteger suas terras e culturas milenares. O resultado deste estudo é um importante avanço no conhecimento sobre a história e a cultura das populações indígenas da Amazônia”, concluiu o professor, através da assessoria.

Receba em seu WhatsApp informações publicadas em Só Notícias. Clique aqui. 

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Escola técnica abre 640 vagas para cursos em Nova Mutum e mais 11 cidades

A secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação inicia...

Com desempenho acima da média nacional, produção industrial de Mato Grosso cresce 4,6%

Mato Grosso registrou crescimento de 4,6%, acima da média...

Estudante de MT é premiado por pesquisa sobre controle e qualidade de água para bovinos

O estudante Allessandro Brocco, da Escola Técnica Estadual de...
PUBLICIDADE