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Professora da Unemat no Nortão integra pesquisa para criar vacina contra Coronavírus

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Redação Só Notícias (foto: assessoria/arquivo)

Uma professora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Alta Floresta (315 quilômetros de Sinop), Julliane Dutra Medeiros, que é doutora em Genética, com pós-doutorado em Microbiologia integra rede de pesquisa que estuda aspectos clínicos e microbiológicos do novo coronavírus. O projeto é amplo e tem três objetivos principais. O primeiro deles é a produção de uma vacina oral, segura e viável, para prevenção da Covid-19, utilizando bactérias benéficas aos seres humanos. Os outros objetivos visam estudar o conjunto de microrganismos do trato respiratório de pessoas infectadas, além de identificar os diferentes tipos virais circulantes na região de Juiz de Fora (MG).

A participação de Julliane Medeiros no projeto será nas análises de dados com a utilização de ferramentas computacionais (área conhecida como bioinformática). A pesquisadora ajudará na análise do material genético do novo coronavírus na busca por candidatos para a vacina, além da análise do DNA das bactérias presentes no trato respiratório.

A professora afirmou que, neste momento de pandemia, é muito importante unir forças e mostrar para a sociedade o papel da ciência nacional de qualidade. “Esse projeto é muito importante para a ciência brasileira porque é uma iniciativa 100% nacional, com atuação de pesquisadores de diversas instituições públicas de vários estados. A estratégia metodológica que a gente pretende utilizar é diferente das atuais vacinas que estão em fases mais avançadas mas, mesmo assim, ela tem um potencial bem importante”, disse Julliane.

O coordenador do projeto e professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Juiz de Fora, Cláudio Galuppo Diniz, explica que, inicialmente, bactérias benéficas aos seres humanos serão modificadas em laboratório por meio de métodos de engenharia genética. Depois, pela via oral, a vacina deverá apresentar ao corpo humano as estruturas do novo coronavírus. O sucesso será observado quando, após essa introdução, o corpo desenvolver imunidade à Covid-19.

“Mesmo vacinas em pesquisas mais adiantadas usando essas outras estratégias não alcançaram sucesso até o momento, e não temos garantia que funcionarão. Logo, precisamos de muita gente nessa corrida científica e tecnológica, testando diferentes estratégias vacinais porque, em algum momento, um grupo de pesquisadores vai acertar e toda a sociedade ganha”, afirmou Diniz em entrevista recente. (Veja entrevista completa do prof. Cláudio Galuppo Diniz, publicada no site da UFJF).

Além do desenvolvimento da vacina oral, o grupo trabalha em mais duas frentes científicas. Uma delas dedica-se à comparação da estrutura da microbiota do trato respiratório superior de pacientes diagnosticados com a Covid-19, não apenas para a compreensão sobre a evolução da doença, mas também para a criação de estratégias terapêuticas que resultem em melhores prognósticos em casos graves da doença.

A outra frente pesquisa novas variáveis de coronavírus circulantes em escala local, em busca da compreensão de aspectos epidemiológicos e biológicos virais na região da Zona da Mata de Minas Gerais.

O projeto é coordenado pelo professor Cláudio Galuppo Diniz (UFJF), e conta com os pesquisadores Vânia Silva, Alessandra Machado, Aripuanã Watanabe e Vanessa Dias, do Centro de Estudos em Microbiologia (Cemic), além de pesquisadores vinculados à Universidade do Estado de Mato Grosso (Julliane Dutra Medeiros), Embrapa Gado de Leite (Marta Martins) e Universidade de São Paulo (Charlys da Costa). A pesquisa tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.

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