A Pnad 2014, divulgada nesta quinta-feira (23), mostra que mais de 40,2 milhões de pessoas têm interesse nesse tipo de formação. Segundo o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, a educação profissional é o caminho mais rápido para inserção dos jovens no mercado de trabalho. Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, divulgados nesta quinta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram o grande desejo dos brasileiros por qualificação profissional e a valorização desse tipo de formação no país, avalia o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi. De acordo com o estudo, mais de 40,2 milhões de pessoas têm interesse nesse tipo de educação.
“Seguramente, a educação profissional é o caminho mais rápido para a inserção dos jovens no mercado de trabalho e para a recolocação dos trabalhadores que ficam desempregados. Os resultados da pesquisa apontam que a população brasileira tem clareza da importância desse tipo de formação e tem o desejo de se qualificar para o mercado de trabalho”, afirma Lucchesi. “Pesquisa de egressos do SENAI mostra que 66% dos alunos que se formam em curso técnico conseguem uma colocação no mercado de trabalho no primeiro ano após a formatura”, completa.
O diretor do SENAI lembra que os dados da Pnad estão em linha com pesquisa feita em 2014 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Ibope, segundo a qual 90% dos entrevistados concordavam que quem faz ensino técnico tem mais oportunidades no mercado de trabalho do que aquele que não faz nenhum curso. Na época, a percepção também era positiva sobre salários: 82% concordavam que os profissionais com certificado de qualificação profissional têm salários maiores do que aqueles que não possuem essa formação.
“Outros estudos, como pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), demonstram que, entre dois indivíduos com a mesma escolaridade, os que frequentaram o ensino técnico têm aumento de 15% na renda. Se essa formação for do SENAI, esse acréscimo é ainda maior, de 24%, o que não é trivial, é um diferencial importante. Várias ocupações técnicas competem muito bem com formações de nível superior em termos de salários iniciais”, explica Lucchesi, que também é diretor de Educação e Tecnologia da CNI.
Para ele, a pesquisa do IBGE reforça ainda a importância do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), instituído em 2011, e da necessidade da maior oferta de vagas em cursos de educação profissional. “O Pronatec tem um papel decisivo na ampliação de vagas em cursos de educação profissional. Foi um programa muito bem sucedido, estabeleceu um grande contingente de pessoas interessadas na educação profissional, colocou esse tema na discussão, foi um tema tratado pela mídia e que teve um êxito muito grande”, avalia.
O diretor-geral do SENAI defende que a continuidade do programa é uma necessidade do país. “Trata-se de um dos maiores programas de educação profissional do mundo e seguramente a maior iniciativa de um programa de educação profissional na história brasileira. O programa prossegue com alguns ajustes e mudanças no atual governo e tem um papel importante na agenda de gerar oportunidades à juventude”, afirma.
Lucchesi também explica que o Brasil precisa investir em educação profissional para corrigir distorções na matriz educacional brasileira, que possui baixo contingente de pessoas com formação técnica, ao contrário do que ocorre na maioria dos países desenvolvidos. Na Europa, em média, 50% dos estudantes fazem o ensino médio junto com educação profissional enquanto, no Brasil, são cerca de 10%.
“O mercado precisa de profissionais com formação técnica e muitas pessoas têm vocação para essas carreiras. Nesse sentido, a recente reforma do ensino médio está na direção correta, do que se faz de mais avançado no mundo. Esperamos que a nova legislação abra mais oportunidades aos jovens de terem esse tipo de qualificação”, explica. “Desde a crise de 2008, todos os principais países reforçaram seus marcos legais e construíram políticas públicas de valorização e ampliação da educação profissional”.