Greve é suspensa em todo Brasil depois de 1 mês de reivindicaçãoVinte pais de alunos que foram impedidos de fazer o Vestibular 2010 do Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT) formalizaram uma denúncia no Ministério Público Federal (MPF) e pediram o cancelamento da seleção. Os fiscais não deixaram os estudantes fazer a prova por falta dos documentos exigidos, o que é questionado pelos responsáveis.
Alessandra Mirachi, 35, conta que o filho dela estava com a certidão de nascimento, bem como carteira de estudante com foto e também CPF. Ela alega que no edital, número 035, pedia o documento de identificação, usado na inscrição, e um com foto. Ela usou o CPF do menino para retirar o comprovante na internet e diz que atendeu as exigências do edital.
A mãe estava presente no domingo (13), dia da prova, e tentou argumentar com os servidores e com o reitor da instituição, José Bispo Barbosa, que segundo Alessandra só recebeu os pais e candidatos depois que a imprensa chegou ao local. Ela assegura que a fiscalização foi rígida só em alguns casos, porque muitas pessoas conseguiram fazer a prova sem identidade.
Os candidatos que sentiram-se lesados fizeram boletim de ocorrência. Alessandra conta que apenas em 1 dos registros estava com 14 pessoas e ela estima que cerca de 30 alunos fizeram a comunicação oficial. Agora, os pais vão procurar a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescentes (Deddica). No local, eles querem formalizar outra denúncia, desta vez pela violência e descaso presenciados pelos estudantes.
O professor Airam dos Santos, 41, relata que o tumulto foi grande. O cadeado dos portões foi quebrado pelos candidatos que estavam revoltados. A filha dele tem 13 anos e ficou assustada com a situação. O empurra-empurra feriu o pé da jovem, que percebeu o ferimento apenas quando chegou em casa. "Os policias estavam com cassetetes e spray de pimenta em punho. Nem parecia uma escola".
Outra candidata chegou a perder os sentidos. O pai, Genildo Ginu de Souza, afirma que a menina foi na sala do reitor e viu ele tomando café. A estudante falou para Genildo que perguntou para o responsável da instituição se não ia fazer nada e que o problema podia gerar violência. Quando desceu as escadas, ela teve um breve desmaio, devido ao nervosismo. Os pais dizem que na confusão o reitor afirmou que certidão de nascimento não era documento e que as inscrições foram realizadas pela internet, que aceita tudo.
Os servidores administrativos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) suspenderam a greve após um mês paralisados em Mato Grosso e outros 24 estados do Brasil. A decisão de voltar às atividades foi tomada em Brasília, durante reunião que garantiu à categoria condicionantes para retomar o trabalho, incluindo o debate da pauta emergencial do setor sem que nenhum servidor seja penalizado com corte de ponto. Amanhã, nova reunião deve discutir a reposição dos dias parados.
A paralisação em Cuiabá recebeu o tema de " Casa de Ferreiro…", devido as condições de trabalho dos funcionários na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), que apresenta rachaduras nas paredes, infiltrações, entre outras irregularidades apontadas como situação degradante. Os funcionários pedem ainda revisão da questão salarial.
O Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso (Sindsep-MT) e a Confederação Nacional do Serviço Público Federal (Condsef) esperam a confirmação de reunião com a Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento para tratar as demandas do MTE. Embora a greve esteja suspensa, os funcionários garantem que podem cruzar os braços, caso o governo não atenda as exigências.