A responsabilidade na formação dos professores foi o tema da palestra proferida pela professora doutora Mara Lucia Cavalli, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), durante o seminário “Educação de Qualidade: desafio de todos”. Ela destacou a importância de se pensar a educação dentro de uma perspectiva crítica.
Mara Lúcia comparou a construção do processo de formação com a confecção de uma rede cuiabana, na qual todos os fios são essenciais. “Não é possível falar em formação sem levar em consideração fatores como carreira, políticas públicas, condições de trabalho, instituições, histórico social, entre outros”, disse.
Ao reforçar a necessidade de se pensar a educação dentro de uma perspectiva crítica, a professora ponderou que a função da escola é antes de tudo, promover uma formação tão significativa a ponto de que ela contribua para a construção de uma sociedade mais justa e humana.
“A escola deve ser responsabilizada pela humanização do homem, pela formação de segunda natureza, que contribua para a inserção no universo do trabalho, no universo da vida social e no universo da cultura de consciência política”, frisou a palestrante. Porém, Mara destacou que a escola é apenas uma das instituições que contribuem para a formação. “Todos somos responsáveis”.
Para a professora, o processo de formação e sua complexidade envolve a formação inicial, continuada, as Instituições de Ensino Superior (IES), as políticas públicas, o individual, a coletividade e, sobretudo, a competência, tanto técnica e científica, quanto política e cultural.
Neste contexto, a professora destacou a importância da leitura no processo de formação. “É preciso ler os tetos verbais e não verbais que possibilitem a inserção crítica na realidade social”.
Por fim, Mara Lucia apresentou dados que mostram que no Brasil mais de 1,114 milhão de professores necessitam de formação inicial, sendo 830 mil para as séries iniciais, 233 mil para 5ª a 8ª, e 51 mil para o Ensino Médio. “Diante deste quadro é necessário destacar que a Seduc, por meio de um convênio com a UFMT está formando nesse momento 500 professores nas áreas de química, física e matemática”, finalizou.
Além desta formação citada pela professora, a Seduc vem desenvolvendo inúmeras ações, por meio do projeto Aprimorar, que visam a formação inicial e continuada dos profissionais da educação. Uma delas, o Terceiro Grau Indígena, proporciona a formação inicial para 300 professores índios. Além desta a Seduc, em parceria com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), oferece 13 cursos de Licenciatura na região do Araguaia.