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Em MT, 64% das escolas públicas não alcançam média do Enem

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Em Mato Grosso, 64% das escolas públicas que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011 tiveram nota inferior à média nacional, que compreendeu 474,2 pontos. Exemplo desta situação é a Escola Estadual Irene Gomes de Campos, localizada em Várzea Grande, que obteve a menor pontuação, registrando 428,8 pontos. A informação é do Ministério da Educação (MEC), que disponibilizou valores distintos para as instituições públicas e privadas que integraram os testes no ano passado. Em relação ao setor privado de ensino no Estado, 76% das instituições escolares não chegaram à média de 569,2 pontos, conforme a pontuação média nacional.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes do Nascimento, destaca que as notas baixas junto ao Enem 2011 é devido à ausência de investimentos no setor educacional e de profissionais com qualificação necessária para atuar em determinadas áreas de ensino. Ele detalha que inúmeras escolas públicas do Estado não possuem professores com formação específica para atuar nas áreas de Química, Física, Matemática e Biologia. O profissional acredita que a ausência de trabalhadores qualificados nestas áreas interfere no resultado dos alunos junto ao Enem. “Em relação aos professores, a falta de continuidade didática, excesso de contratos temporários e a jornada, certas vezes tripla, também são fatores que compreendem nos baixos índices. A não exclusividade por parte dos professores junto à escola acaba dificultando o vínculo com o aluno, que é um item que beneficia a educação”.

Outro problema destacado pelo sindicalista é o déficit nos investimentos para a educação. Segundo o Sintep/MT, há casos em que nem mesmo os 35% da receita estadual chega a ser investido na área, conforme prevê a legislação. A não aplicação de valores para a reforma de escolas, construção de novos espaços e instalação de laboratórios também são fatores que dificultam a aprendizagem e o trabalho dos professores. “Outro item é a condição social dos alunos. Em muitos casos, os estudantes trabalham para auxiliar nas despesas de casa e acabam deixando de frequentar as aulas”.

Outro lado
O Secretário de Estado de Educação (Seduc), Ságuas Moraes, detalha que o órgão tem conhecimento sobre os baixos índices das escolas estaduais e que uma das desvantagens entre o sistema público de ensino e o setor privado é referente ao período de estudos disponibilizados nas escolas. Segundo ele, nas unidades estaduais a carga horária diária compreende quatro horas, já nas instituições públicas o período chega ser até mesmo superior a oito horas de ensino. Devido à situação, a Seduc já estuda projetos para implementar o sistema integral de estudos junto ao ensino médio.

Até o fechamento da edição, o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso (Sinepe-MT), Gelson Menegatti Filho, não havia atendido os telefonemas para comentar os dados envolvendo as escolas particulares.

O diretor da Escola Estadual Irene Gomes de Campos também não estava na instituição.

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