O Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP18-MT) manifestou repúdio quanto às propostas de retirada ou alteração de redação das metas 8.2 e 8.4 dos Planos Municipais de Educação. “Em um país de intensos contrastes culturais, sociais e econômicos como o nosso e de intenso sofrimento e marginalização de grupos minoritários, é imprescindível que a escola, lugar de aprendizagem, humanização e parcerias, seja o palco de discussões acerca das questões humanas que precisam ser desnaturalizadas para que possam ser compreendidas e respeitadas”, aponta a nota.
O texto ainda afirma que “compreendemos que as famílias, da forma como podem se organizar, devem ser protegidas e fortalecidas para que possam proteger seus membros e formar pessoas com dignidade, que se esforcem para a construção de um país melhor, mais humano e digno. Compreendemos também que isso não acontecerá com a intolerância demonstrada e divulgada por determinados grupos quanto às questões de sexualidade que permeiam nossas vidas, relações e cotidiano. Fechar os olhos para tais questões não fortalecerá pessoas e famílias, ao contrário, incentivará a discriminação, humilhação e o preconceito que fragilizará, ainda mais, relações entre pais e filhos, entre pessoas que devem se cuidar, entre pares”.
“Dessa forma, repudiamos as tentativas de retirada dos planos municipais de educação das discussões sobre gênero e sexualidade nas escolas que, para além de conteúdos, são formas legítimas de aprendizagem sobre as relações que permeiam nossa vida cotidiana”.
O ponto em questão levantou muitas polêmicas nos municípios que aprovaram o texto. O documento traz metas em curto, médio e longo prazo a serem cumpridos na área da educação. A aprovação por parte das câmaras e sanção dos prefeitos são necessárias para que os municípios continuem recebendo verbas do governo federal.