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Conselho critica abertura “indiscriminada” de cursos de medicina

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As más notas obtidas nos cursos de medicina ofertados por diversas instituições de ensino superior no Brasil são consequências das aberturas “indiscriminadas” de novos cursos pelo país, conforme expôs o Conselho Federal de Medicina, considerando, ainda, que o nível do ensino médico nacional é preocupante.

Os apontamentos foram feitos pelo conselho após o Ministério da Educação destacar várias instituições de ensino superior com notas insatisfatórias (entre 1 e 2) ao ser analisado o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2010 e, decretar a redução na oferta de vagas do referido curso para pelo menos 16 universidades (Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Maranhão).

De acordo com o conselho, os resultados apontados pelo Mec em relação ao Conceito Premiliar de Cursos geram preocupação com a formação dos médicos, a nível nacional. De 141 instituições avaliadas, pelo menos 23 tiveram notas 1 ou 2. “É preocupante o número de escolas médicas que alcançaram notas ruins. Também é lamentável que nenhuma delas tenha obtido nota suficiente para ser classificada na faixa máxima (nota 5)”, descreve nota.

A Universidade de Cuiabá (UNIC), conforme Só Notícias informou, registrou nota 2 no Conceito Preliminar de Curso, obtido com base no Enade 2010, e recebeu determinação do MEC em reduzir a oferta de 100 vagas anuais para 42, a partir do próximo ano. Em nota, a assessoria de imprensa da instituição declarou que cumprirá a determinação e buscará a conscientização dos acadêmicos “sobre a importância de participar da prova com comprometimento”. Além da Unic, apenas a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Cuiabá, oferta medicina no Estado. No Enade do ano passado, o CPC atingiu a faixa 4 na instituição federal.

O conselho aponta ainda “prevalência de interesses econômicos e políticos sobre a preocupação legítima com qualidade da formação de futuros médicos”. Isto porque, conforme o CFM, de 2000 a 2010, o número de escolas médicas pulou de 100 para 181. Das que entraram em funcionamento, 72,5% (58 escolas) são privadas e visam o lucro e, mesmo coma multiplicação das instituições, não houve a solução em relação a ausência de profissionais em locais desassistidos e “sequer melhorou a qualidade daqueles ali formados”.

Até o final do ano, conforme Só Notícias informou, o ministério pretende suspender 50 mil vagas em graduações nas áreas da saúde, ciências contábeis e administração que tiveram resultados insatisfatórios nas avaliações de 2009 ou 2010. Os dados do Enade 2010 foram divulgados ontem e mostram que 594 dos 4,1 mil cursos avaliados tiveram CPC 1 ou 2. A nota 3 é considera satisfatória e os CPCs 4 e 5 indicam que o curso é de boa qualidade.

 

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