Sinop sediou ontem a 13ª edição de um workshop sobre comércio exterior e políticas de desenvolvimento econômico, que o Governo de Mato Grosso vem realizando nas principais cidades do Estado. Na abertura do evento, o secretário da Casa Civil, Antonio Kato, falou um pouco sobre a crise que o Governo no Estado chamando a sociedade civil organizada para uma união na busca de novas alternativas econômicas, mas, na condição de economista, foi o ex-secretário da Casa Civil, Luiz Antônio Pagot quem chamou mais atenção em seu discurso.
Em sua fala, Pagot admitiu que o Estado passa por um momento de crise, mas que Sinop, por ser considerada uma das principais cidades da região Norte do Estado, pode superar qualquer dificuldade que lhe seja imposta. A fim de inserir Sinop, de forma pujante, no mercado exterior, Pagot enfatizou três pontos que podem ser explorados. Para ele, a posição que Sinop ocupa e os recursos que o Estado dispõe, o melhor seria fomentar o biodiesel ou biocombustível, a produção de álcool e açúcar e num plano mais amplo, que acabaria fugindo do alcance do município, a geração de energia através de hidroelétricas.
Pagot ofereceu várias sugestões de crescimento e inserção no mercado exterior, mas em todas elas colocou a BR 163 como principal entrava para o avanço do progresso. “Mato Grosso é uma fronteira agrícola, mas se o Governo Federal conseguir concluir a 163 passará, com certeza, a ser uma fronteira tecnológica”, disse lembrando que em conversas de bastidores a conclusão deve ser para 2011 ou 2012.
Em seus ataques ao Governo Federal, o ex-secretário coloca que o processo licitatório para o consorcio da 163 já foi aprovado, mas que será através de Parceria Público Privada (PPP). “A aprovação saiu, mas acredito que o Governo tenha duas linhas de ação. Talvez eles façam uns 60 quilômetros para dar um ‘cala-boca’ na população”.
“A BR 163 servirá como artéria principal do eixo de desenvolvimento e deverá facilitar o acesso ao Porto de Manaus, o Rodo Fluvial de Amazonas e a construção naval, substituindo a importação de milho e arroz do Nordeste”, esclarece almejando uma segunda safra cheia no Estado de Mato Grosso.
Para o secretário de Indústria, Comércio, Turismo e Mineração de Sinop, Norival Campos Curado, a iniciativa de buscar incentivos como este foi de grande valia. Segundo ele, tudo o que foi falado e debatido entre os palestrantes faz parte de um discurso bastante freqüente que o prefeito de Sinop, Nilson Leitão vem fazendo ao levantar a bandeira do município nas movimentações que encampa e na crise do agronegócio instalada na região.
Curado alega que o workshop serviu para trazer alternativa e incentivo para que as empresas busquem mais qualificação para poder entrar no comércio exterior. “Isso parece um bicho de sete cabeças para nossos empresários, mas basta apenas que entendam a variação cambial e se enquadrem nos padrões exigidos pelos compradores lá de fora”, declara.
Para o secretário não houve nenhuma novidade apresentada que o município já não vinha trabalhando, porém ele ressalta que uma injeção de ânimo é sempre bem vinda. “Só precisamos ter a consciência que somos abundantes em matéria-prima e que no lugar de fornecermos essa matéria para comprar industrializada posteriormente, podemos nos adequar para já fornecer o produto”, finaliza.
O publico presente no workshop variou entre líderes de entidades de classe, empresários, artesãos, produtores rurais e estudantes de economia e atingiu cerca de 200 pessoas.