Como já havia anunciado na semana passada, o Sindicato das Empresas de Segurança, Vigilância e Transporte de Valores (Sindesp) não aceitou a proposta do Ministério Público do Trabalho (MPT) e ajuizará o dissídio coletivo. Agora são os magistrados do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que decidirão o valor a ser pago aos vigilantes. A greve continua até que o mérito seja julgado. Ontem, trabalhadores fizeram um “apitaço” nas principais vias de Cuiabá. Em Sinop, os trabalhadores estão parados desde a semana passada. Algumas agências bancárias racionam saques de dinheiro devido o reduzido abastecimento pelos carros fortes.
A segunda reunião entre as partes não durou 10 minutos. Os presidentes dos dois sindicatos já tinham o discurso pronto. Os trabalhadores haviam decidido ceder da proposta inicial e aceitar os parâmetros estabelecidos pela procuradora do Trabalho Carolina Pereira Mercante de um piso de R$ 561 – o mesmo praticado em Mato Grosso do Sul – R$ 56 em vale-alimentação, R$ 50 de assiduidade, além de uma indenização de R$ 200 paga em quatro parcelas de R$ 50 a cada dois meses. O valor seria uma forma de compensação aos empregados pela defasagem.
Agora, todo avanço e as propostas de uma semana de negociação voltam à estaca zero. O presidente do Sindesp, Maurício Alves, comenta que os patrões insistirão no aumento de 7,5% no salário base, hoje de R$ 500, já os trabalhadores querem 20% de reajuste no salário, além de redução da jornada de trabalho de 47,7 horas mensais para 44 horas, e um acréscimo de 30% como suporte à exposição de risco. Carolina Mercante anuncia que na oportunidade da solicitação do parecer do MPT sobre a ação, ela irá ajuizar a ata de audiência de 06 de março de 2008 em que tanto os empregados e os patrões avançaram nas negociações.
O presidente do sindicato classista, Valtair Lauriano, comenta que os vigilantes podem até não receber o valor que pedem, mas tem a certeza de que a jornada de trabalho será reduzida.