O vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, disse hoje (13) que a Bolívia, o Brasil e a Argentina discutem a ampliação do fornecimento de gás durante o inverno para a usina termelétrica e Cuiabá. Ele, no entanto, não garantiu que seu país atenderá a essa demanda e afirmou que o Brasil não corre risco de desabastecimento porque o volume enviado ao país é suficiente.
Segundo Linera, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Cristina Kirchner (Argentina) e Evo Morales (Bolívia) conversarão sobre o assunto em Buenos Aires, no final deste mês.
“O que se tem que ver é se existe ou não possibilidade para cobrir as novas demandas que se podem ter nesses meses. Por isso, é importante a reunião entre os presidentes”, disse Linera a jornalistas, no Ministério das Relações Exteriores, admitindo que nos meses de inverno (junho, julho e agosto) a demanda por gás aumenta no Brasil e na Argentina.
“Eles [presidentes dos três países] discutirão a maneira como se pode estabelecer uma integração, um acordo regional que satisfaça a todos”, completou.
Linera disse ainda que o governo de seu país prevê um aumento na produção de gás de até 3 milhões de metros cúbicos neste ano. O reforço no fornecimento, no entanto, só está previsto para ocorrer após o inverno.
Apesar do aumento na demanda no meio do ano, o vice-presidente boliviano garantiu que o volume de gás fornecido atualmente para o Brasil, que varia entre 27 milhões e 29 milhões de metros cúbicos diários, não está ameaçado. A capacidade máxima do gasoduto Brasil–Bolívia é de 32 milhões de metros cúbicos diários.
“Os volumes de consumo histórico estão absolutamente garantidos e não estão em debate. O que está dialogando são volumes novos, além do consumo histórico”, explicou Linera.
Ainda segundo a autoridade boliviana, o fornecimento para a Argentina hoje varia entre 2,5 milhões a 3 milhões de metros cúbicos diários. A meta nos próximos quatro a cinco anos é fornecer 27 milhões de metros cúbicos por dia para o mercado argentino.
Linera reúne-se amanhã (14) com o presidente da Petrobras, Jose Sergio Gabrielli, no Rio de Janeiro, para tratar de acordos entre a estatal brasileira e seu país.