Um dos maiores produtores de soja de Mato Grosso, o município de Primavera do Leste (231 km ao Sul de Cuiabá) poderá se tornar um dos pioneiros na produção de biocombustível.
Incentivados pela secretaria municipal de Industria e Comércio, os produtores do município estudam a possibilidade de utilizar culturas até então usadas apenas para exportação — como soja, milho, algodão e girassol —, na produção de combustível com baixo grau de poluição e menos agressivo ao meio ambiente.
O assunto que ganhou força na discussão local será debatido durante o 1º Simpósio de Biocombustível e Energia Renovável, que será realizado neste final de semana na sede da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Primavera do Leste.
O evento contará com a presença de representantes da classe produtora e de especialistas em biocombustível e meio ambiente do Estado e do País. O secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Marcos Machado é um dos convidados para a abertura, que acontece neste sábado (27.08), às 14 horas. As discussões se estendem até as 18 horas, com a realização de palestras e debates.
Os temas, segundo os organizadores, são de abrangência mundial e servirão de base para a efetivação de uma nova alternativa econômica para a região. “Mato Grosso é um grande produtor de soja, milho, algodão e girassol. Nada mais lógico do que aproveitar esses produtos para inseri-los na cadeia de produção de energia renovável. Certamente Mato Grosso irá experimentar um novo e vantajoso marco no desenvolvimento sustentável” aposta Edgard Consentino, secretário de Industria, Comércio e Turismo de Primavera do Leste. Outra alternativa apontada é a geração de combustível através da cana-de-açúcar.
O secretário de Meio Ambiente, Marcos Machado também enaltece a iniciativa. “Vou acompanhar o evento como expectador, mas considero importante qualquer iniciativa que tenha a preocupação com o meio ambiente. Aliar desenvolvimento econômico com respeito à questão ambiental é a nossa meta e, com certeza, o biocombustível é uma alternativa altamente viável para os produtores que hoje ainda estão muito dependentes da produção de soja”, disse ele. Ainda segundo o secretário, existe uma tendência mundial de se produzir técnicas que minimizem os danos ao meio ambiente.
A primeira palestrante a se apresentar no Simpósio será Tereza Cristina Rochele, que faz parte do Pólo Nacional de Biocombustível. Também será discutido o tema “Cana-de-Açúcar e as Cooperativas”, com José Coral, presidente da Cooperativa de Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), “Análise da Viabilidade do Cultivo da Cana-de-Açúcar”, com Geraldo Majela de Andrade e Silva, da Organização de Plantadores de Cana de São Paulo, “Produção Contínua de Biodiesel”, com o palestrante José Luiz Olivério, da Dedini Indústria de Base, e “Transferência de Tecnologia para o Setor Sucroalcooleiro”, com Osmar Figueiredo Filho, do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC)