As vendas do comércio varejista de Mato Grosso tiveram retração de 9,7% em janeiro, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa negativa é confrontada com o resultado de janeiro de 2015. No intervalo de 12 meses até janeiro, a variação permanece negativa em 10,8% no Estado. Em todo o Brasil, a queda nas vendas chegou a 5,2% no mesmo período, sendo o pior resultado de toda a série histórica mantida pelo IBGE, desde 2001. Segundo o Instituto, a trajetória de redução nacional iniciou em julho de 2014, quando chegou a 4,3%.
Apesar da forte retração no volume de vendas, a receita nominal do comércio varejista apresentou crescimento de 1% em Mato Grosso no primeiro mês deste ano, comparado com janeiro de 2015. No varejo nacional, a taxa de crescimento se repete pela mesma base comparativa. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a receita nominal de vendas acusou queda de 0,7% no Estado e de 2,8% no restante do país. Com relação ao desempenho em janeiro das vendas no varejo ampliado, que inclui o comércio de veículos, motos, partes e peças e material de construção – as variações foram negativas em 15,3% no Estado e 13,3% no país. O recuo no volume de vendas é registrado com relação aos resultados de janeiro de 2015.
Nos últimos 12 meses até janeiro, a retração nas vendas no varejo ampliado chega a 12,3% em Mato Grosso e 9,3% em todo o Brasil. Já a receita nominal de vendas permaneceu negativa em janeiro (-14,2%) e no acumulado dos últimos 12 meses (-9,3%) no Estado, ante os mesmos intervalos anteriores. O desempenho nacional também foi negativo em 4,7% (janeiro) e 2,3% (12 meses). ATIVIDADES – Segundo os pesquisadores do IBGE, a queda nas vendas do comércio varejista na comparação com janeiro de 2015, além de ter sido a décima taxa negativa seguida, registrou o recuo mais acentuado desde os 11,4% de março de 2003.
Todas as oito atividades do varejo acusaram variações negativas, com destaque para móveis e eletrodomésticos (retração de 24,3%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (queda de 5,8%), combustíveis e lubrificantes (-14,1%). O fraco desempenho nas vendas destes segmentos é notado em todo o país, inclusive em Mato Grosso, comenta o presidente da Federação das Associações Comerciais de Mato Grosso (Facmat) e da Associação Comercial de Cuiabá, Jonas Alves de Souza. “Aqui no Estado, o agronegócio ajuda a minimizar os efeitos dessas perdas, tanto no interior quanto na Capital, mas as coisas continuam difíceis e há uma preocupação grande com a inflação alta e o desemprego, porque o ambiente de negócios continua ruim”.
Segundo o IBGE, embora permaneçam alguns incentivos ao setor, como a manutenção dos níveis do crédito habitacional, o desempenho da atividade, abaixo da média, “reflete o atual quadro macroeconômico, especialmente no que tange a crédito e massa de rendimento real das pessoas ocupadas”.