As vendas da indústria de materiais de construção registrou, em maio, recuo de 5,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, de janeiro a maio, houve queda de 7,4%, comparado a igual período de 2014. Os dados, divulgados hoje (1º), são da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).
“Este ano, o grande problema são as construtoras. Com a Operação Lava Jato, as obras estão paralisadas, o governo está reduzindo os investimentos. Além disso, os empresários não estão investindo em apartamentos ou edifícios comerciais. Estão com medo de investir”, destacou o presidente da Abramat, Walter Cover.
Segundo ele, os consumidores finais também não têm confiança para comprar um imóvel, o que implicará em dívida longa. “O mercado das construtoras tem muito a ver com a incerteza da economia. As famílias não estão comprando imóveis novos ou usados. Estão com medo de entrar em um financiamento de longo prazo”, acrescentou.
De acordo com os dados da Abramat, as vendas de maio, em comparação a abril, tiveram elevação de 6,5%. Segundo Walter Cover, o crescimento está relacionado ao número de dias úteis no quinto mês do ano.
Para o presidente da Abramat, a indústria de material de construção, comparada a 2014, deve fechar o ano com recuo de 2%. “Por conta dos ajustes, acreditamos em uma melhora no ambiente econômico, o que deve recuperar a confiança dos agentes econômicos, dos empresários e das famílias. Também teremos no segundo semestre o Minha Casa, Minha Vida 3.”
Walter Cover explicou ainda que a alta do dólar pode beneficiar o setor, já que indústria nacional deve substituir a venda dos importados.