O aumento de 12% no custo da construção civil em Mato Grosso foi motivado também pela valorização da mão-de-obra. Apesar de não saber revelar a proporção em que ela ocorre no custo total, o presidente do Sinduscon-MT, Luiz Carlos Richter Fernandes, afirma que o valor cobrado pelo trabalhador também está embutido no preço do metro quadrado. Ele explica que a elevação na cifra cobrada chega a 30% este ano em relação ao ano passado, e diz que está relacionada à oferta de mão-de-obra no mercado.
Para o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial em Mato Grosso (Senai-MT), Gilberto Figueiredo, o valor cobrado aumentou porque os trabalhadores passaram a valorizar a qualificação profissional que estão recebendo. “É uma consequência do investimento feito em cursos, pois agrega-se valor à mão-de-obra”, diz o diretor ao completar que a Escola Senai da Construção, por exemplo, já formou em todo o Estado cerca de 6,5 mil pessoas este ano nas mais diversas áreas.
Entre os cursos oferecidos estão de pintor, armador de ferros, carpinteiro, aplicador de revestimento cerâmico, assentador de blocos, instalador hidráulico e pedreiro. Figueiredo afirma que muitas pessoas que fazem os cursos oferecidos pela instituição recebem a qualificação pela primeira vez para então ir para o mercado de trabalho buscar uma vaga. Mesmo assim, ele destaca que 80% dos trabalhadores formados começam a trabalhar como autônomos, oferecendo a nova profissão aos moradores do bairro onde mora e até mesmo como prestador de serviço a construtoras. “Antes de trabalhar formalmente, o trabalhador avalia quanto vai entrar no bolso dele e se neste cálculo ele considerar que ganhará mais como autônomo, por um período ele trabalhará por conta própria. O profissional qualificado é melhor remunerado”. Até o final do ano, o Senai deve qualificar 9 mil pessoas pela Escola da Construção. Para 2009, a perspectiva é de manter o ritmo.