A Valec, estatal responsável pelas ferrovias, espera que até maio do ano que vem sejam concluídos os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental da Ferrovia Transoceânica. Ela partiria do Peru, passando pelo Acre, Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro, criando um corredor entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Há uma ligação prevista entre Lucas do Rio Verde e Campinorte (GO). São estimados pelo menos R$ 30 bilhões em investimentos para agilizar o escoamento da produção agrícola, principalmente a mato-grossense.
A previsão foi feita na reunião do presidente interino da estatal, Márcio Rodrigues, com governador de Rondônia, Confúncio Moura, além diretores de operações e planejamento, Bento José de Lima e Sérgio Lobo, respectivamente, no início da semana. Uma comitiva de engenheiros chineses e brasileiros já está visitando o trecho do traçado da ferrovia em Mato Grosso e Rondônia, desde último dia 6, quando saíram de Campinorte, com programação de encerrar as atividades em Cruzeiro (AC). A missão é coletar informações básicas.
Confúcio disse, segundo a assessoria, que a ferrovia é um desejo histórico da população e de todos os estados produtores de grãos que precisam de uma logística de transportes que não seja onerosa. Confirmou que está debatendo com alguns governadores uma política comum para os estados produtores de alimentos no Brasil, com intenção de agir em bloco para que o pacote de logística lançado pela presidente Dilma Rousseff em junho possa efetivamente sair do papel.
No primeiro encontro internacional para discussão das obras, em Lucas do Rio Verde, mês passado, o governador Pedro Taques (PDT) destacou que a ferrovia representa “muito” para economia e os produtos mato-grossenses chegarem ao mercado internacional a preços competitivos. Ressaltou que diferença do frete economizado ficará no Estado para concretizar políticas públicas. Foi previsto que as obras devem começar em 6 ou 7 anos. A extensão é de 5 mil km, para o transporte de cargas e de passageiros. A China, que é uma das principais compradoras de soja, milho, carne e demais produtos de Mato Grosso, quer agilizar o transporte para seu país e a ferrovia. Cerca de 56% das exportações são para os chineses.