O cheque especial foi o principal responsável pelo aumento da inadimplência para as famílias (pessoas físicas), segundo avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. “O cheque especial tem uma taxa muito elevada. É a modalidade mais cara de crédito [167,8% ao ano registrados em maio]. Isso evidentemente compromete muito a renda”, afirmou Lopes.
No caso do cheque especial, a inadimplência subiu, de abril para maio deste ano, de 10% para 10,8%, a maior taxa da série histórica do BC iniciada em julho de 1994. No total, a inadimplência para as pessoas físicas subiu de 8,4% para 8,6%, também a maior da série.
Segundo dados divulgados hoje pelo BC, a taxa geral de inadimplência passou de 5,2% para 5,5% de abril para maio, a maior desde setembro de 2000 (5,7%). Para as pessoas jurídicas (empresas), no mesmo período, o percentual passou 2,9% para 3,2%.
De acordo com Lopes, o aumento da inadimplência ocorre por conta da redução da oferta de crédito, resultado da crise financeira internacional. Com isso, as famílias e empresas tiveram dificuldades para renovar os empréstimos e honrar os compromissos. Mas, para Lopes, a expectativa é que inadimplência caia com a recuperação da oferta de crédito.
A inadimplência corresponde ao percentual em atraso acima de 90 dias em relação ao total.