As comissões permanentes da Assembléia Legislativa começarão a apreciar projeto de lei que torna obrigatório – no âmbito de Mato Grosso – o uso de biodiesel nos veículos do ciclo diesel que compõem a frota do governo estadual. A proposta, do deputado Wagner Ramos (PR), envolve os órgãos das administrações direta, indireta, fundacional e autárquica, e as empresas públicas.
O parlamentar salientou a importância de o governo sair na frente, na adoção do biodiesel. Para ele, a possibilidade é oportuna e deve ser estimulada a fim de estabelecer novo padrão de matriz energética. Esse padrão envolveria a imediata redução da emissão de gás carbônico e a atenuação – senão a supressão – dos riscos de impactos danosos à economia mato-grossense, advindos da eventual eclosão de uma possível nova crise do petróleo, independente da causa determinante.
“Adotar o biodiesel significa implementar o uso de uma fonte de energia renovável que incrementará a produção de uma enorme variedade de oleaginosas. Isso, com aproveitamento do potencial que têm as terras agricultáveis do Brasil, especialmente as de Mato Grosso – com otimização do uso dos solos menos produtivos, tudo com baixo custo de produção”, explicou Wagner Ramos.
O texto do projeto mostra que a adoção da medida, pelo governo, será decisiva para que essa tecnologia contribua diretamente na redução das emissões poluidoras e na redução dos gastos com combustível e manutenção dos veículos. Atualmente, os veículos do ciclo diesel consomem óleo diesel derivado do petróleo – o petrodiesel.
Técnicos do setor advertem que os custos por seu uso são ditados por “oscilações incontroláveis das fontes produtoras e do comércio internacional de petróleo”. Além disso, o declínio das reservas de petróleo – ainda segundo eles – contribuirá, em futuro próximo, para o estabelecimento de elevação sistemática dos preços, ditada pela escassez crescente da oferta versus a crescente demanda.
“Isso sem contar que as mais expressivas reservas de petróleo do planeta estão localizadas no Oriente Médio, região de alta instabilidade política e que permanentemente apresenta expressivo risco de guerra, abrindo possibilidade que – de um momento para outro – ocorra disparada dos preços internacionais do petróleo”, reforçam os técnicos.
“Nesse caso, significa dizer que nossa frota do ciclo diesel, de certa forma, vulnera os esforços de estabilização dos custos do ciclo produtivo, afetando-o significativamente em toda a sua extensão e em todos os seus segmentos”, completou Ramos.
Além disso, mesmo que dotados de motores com tecnologia que lhes permitam emissões tecnicamente aceitáveis, os veículos do ciclo diesel continuam sendo fontes poluidoras e, por conseqüência, fator nocivo ao meio ambiente e comprometedor da qualidade de vida, justifica o parlamentar republicano em sua argumentação.