A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o governo federal estão costurando uma parceria para estender a outras prefeituras do Brasil o projeto de biodiesel urbano desenvolvido em Indaiatuba (SP), que utiliza óleo de fritura coletado em restaurantes e residências, informou o pesquisador da Unicamp Osvaldo Lopes.
Apesar de certificada pelo governo como matéria-primas para o biodiesel, a mamona vem encontrando resistência dos produtores, que preferem outras oleaginosas como soja, girassol, caroço de algodão, palma entre outros, pela maior produtividade, explicou o pesquisador.
O valor de recursos demandado pelo projeto de biodiesel urbano “vai depender de quantas prefeituras vão adotá-lo”, segundo Lopes. O projeto funciona desde o fim de 2006 em Indaituba, que utiliza a produção do biodiesel na frota municipal e prevê economizar 1 milhão de reais por ano, afirmou.
A produção da planta-piloto é de cerca de mil litros por dia com perspectiva de subir para quatro mil litros no curto prazo.
No próximo dia 17 a universidade inaugura a Biocamp, em Campo Verde, uma planta com capacidade para 50 milhões de litros do produto por ano, ou 150 mil litros por dia.
Também no portfólio da universidade está a maior planta de biodiesel em construção no Brasil, com capacidade para 380 mil litros por dia, também em Mato Grosso, na cidade de Cuiabá, que atenderá apenas a demanda dos fazendeiros locais e começa a funcionar em novembro deste ano.
“Estamos construindo a usina junto com a maior cooperativa do Estado do Mato Grosso, a Ampa, que tem mais de 100 associados”, informou Lopes. Pesquisador do assunto desde 1980, quando estudos já mostravam a viabilidade do combustível a partir de oleaginosas, Lopes vê no biodiesel a oportunidade de o Brasil se afirmar no mundo como grande produtor e exportador de tecnologia.