A busca por melhores salários está fazendo com que os trabalhadores do setor madeireiro mudem de ramo, aderindo a construção civil. A análise é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário (Siticom), Eder Pessine. “Está ocorrendo um êxodo no setor da madeira por causa da construção civil, que está pagando melhor o trabalhador, mesmo aquele que não tem mão-de-obra qualificada. Enquanto no setor madeireiro está ocorrendo um achatamento salarial”, explicou ao Só Notícias. Hoje, conforme o presidente, há em Sinop aproximadamente 5 mil profissionais atuando na construção civil, incluindo os que estão na informalidade, enquanto, no setor madeireiro, há em torno de 2 mil trabalhadores (contando também os números de Itaúba e Cláudia).
Nos dois segmentos, as discussões para reajustes salariais estão tramitando. No ramo madeireiro, a reivindicação é de 16% para os trabalhadores que já estão em atividade e também mudança nos pisos salariais: R$ 857,12 para trabalhador braçal (nível 1); R$ 966,65 para auxiliares (nível 2), R$ 1.076,16 para operador de máquinas (nível 3); R$ 1.248,30 para motorista (que segue junto com pedido de desmembramento do nível 3) e R$ 1,4 mil para chefe de encarregado (nível 4).
No entanto, o presidente avalia que as negociações estão longe de acabar. Na última semana, houve o primeiro encontro entre as categorias. “Infelizmente, o Sindusmad fez a contra oferta de 7% [de reajuste], bem longe das necessidade dos trabalhadores em recompor as perdas”, avaliou. Para o novo piso salarial, a proposta foi de R$ 657 para nível 1, R$ 722 para nível 2, R$ 780 para nível 3 (sem separação entre operador de máquinas e motorista) e R$ 810 para nível 4. Os valores têm aumentos entre R$ 43 a R$ 60 em relação aos pisos aplicados em 2011. O próximo encontro pode ocorrer nesta semana, aponta Eder.
Já na construção civil, a reunião está programada para dia 28 (segunda-feira), no Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), em Cuiabá. Para estes, o pedido de reajuste é de 20% nos salários. Já os novos pisos negociados são os seguintes: R$ 1,1 mil para trabalhador braçal; R$ 1,5 mil para pedreiros, carpinteiros e encanadores; R$ 1.724 para encarregados e R$ 2,5 mil para mestre de obras. Outro pedido é cesta básica no valor de R$ 300.