A Usina Governador Mário Covas (Termelétrica de Cuiabá) foi desligada pelo governo federal. Desde o último dia 15, a unidade parou de gerar energia por determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Conforme o órgão, a usina está Fora da Ordem de Mérito de Custo, ou seja, deixou de ser acionada porque é mais cara que outras fontes de energia opcionais, e por ser desnecessário o despacho para a segurança energética nacional. Depois de 4 anos paralisada por falta de gás natural, a termelétrica da capital voltou a operar em setembro de 2011, administrada pela Petrobras.
Porém, a assessoria do ONS informa ela pode voltar a funcionar a qualquer momento, desde que as programações diária e mensal do Sistema Interligado Nacional (SIN) identifiquem baixas na geração nacional. Isso pode ocorrer devido ao comprometimento dos reservatórios das hidrelétricas ou mesmo a paralisação parcial de uma usina no país para manutenção.
O coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamentos Energéticos (Niepe), o engenheiro Ivo Leandro Dorileo, explica que o sistema brasileiro é hidrotérmico. "Quando a demanda é atendida pela geração hidro, as termos podem ser desligadas e mantidas em ‘stand by". O sistema como um todo tem que funcionar um complementando o outro. No caso, a termos são o complemento e só operam quando há necessidade de demanda".
HIDRELÉTRICAS – Conforme monitoramento da ONS, até o domingo (22), os reservatórios das hidrelétricas da região Sudeste/Centro-Oeste, que incluem as instaladas em Mato Grosso, estavam com 50,14% de capacidade. A melhor situação se encontra nas usinas do Sul, cuja média chega a 87,63%, seguido do Norte com 57,69%. O pior cenário fica no Nordeste, onde a média da capacidade dos reservatórios é de 32,69%. No fim de agosto, a região sofreu um blecaute provocado por uma queimada. Para garantir a segurança do SIN, usinas termelétricas instaladas no Nordeste foram ligadas, fornecendo 1,1 mil megawatts (MW) extras.