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Tensão nuclear e militar no Irã pode afetar exportações mato-grossenses

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As crescentes tensões nucleares entre Estados Unidos e Irã e militares entre Irã e Israel acontecem num território geográfico muito distante de Mato Grosso e num contexto de guerra, que se estourar, pouco pode afetar o Brasil. O que, talvez você não saiba, é que comercialmente o Brasil pode ser sofrer impactos muito além do preço do petróleo, sobretudo Mato Grosso, que tem no país do Oriente Médio seu segundo mercado exportador, cujas relações comerciais vem aumentando sequencialmente, ao passo que com a China, maior mercado, o volume de exportação tem caído.

Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), revelam que no primeiro quadrimestre deste ano, o Irã respondeu por 6,6% das exportações mato-grossenses, consumindo, majoritariamente, soja, milho e carnes. De janeiro a abril, foram comercializados U$ 349,9 milhões, um aumento de 39,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Com a China, principal parceiro comercial do estado, o volume de negócios caiu 18% no primeiro quadrimestre de  2018.

O problema começou recentemente, quando os Estados Unidos abandonaram o acordo nuclear assinado em 2015, junto com a França, Reino Unido Alemanha, Rússia e China, para estabelecer o fim do programa nuclear bélico iraniano em troca do fim do embargo econômico que os norte-americanos impunham aos persas. Agora o presidente Donald Trump alega ter provas de que o acordo não foi cumprido, saiu do pacto e voltou a impor sanções econômicas.

A saída dos Estados Unidos do acordo nuclear aumentou as tensões entre os exércitos do Irã (aliado da Rússia) e de Israel (aliado dos EUA) dentro do território sírio, perto das colinas de Golã, numa região fronteiriça entre Síria, Líbano e Jordânia anexada a Israel em 1981, ao ponto de os dois países se atacarem com mísseis há cerca de uma semana. Segundo a pesquisadora do Núcleo de Estudos do Oriente Médio (Neom) da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói (RJ), e especialista em Irã, Ana Maria Raietparvar, “não temos como prever se isso vai estourar numa guerra, mas é o mais próximo que já estivemos nos últimos anos”.

De qualquer forma, embora as entidades representativas do agronegócio evitem o assunto, é possível estabelecer dois cenários bem distintos: no caso de guerra, a comercialização tende a cair, mas na situação de embargo econômico, há possibilidade de o volume de exportação aumentar. “Se o embargo pode aumentar as importações, só uma análise de onde o Irã compra além do Brasil pode dizer. Se o Irã compra de países que vão aderir ao embargo, pode crescer [a exportação do brasileira]. Se não, tende a se manter, considerando apenas esse fato”, ponderou Ana Maria.

Em relação à possibilidade de guerra, o professor de economia Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Feliciano Azuaga, explicou que a tendencia natural é de se criar uma barreira comercial. “Caso o conflito vá para uma situação mais intensas, uma das coisas que devem acontecer é um bloqueio dos acessos, de portos e uma redução do comércio, porque não há segurança quando se está num conflito bélico. Essa possível quebra do fluxo comercial impacta diretamente os setores que mais exportam para essa região da Ásia”, explicou.

A pesquisadora Ana Maria Raietparvar acrescenta que, no caso de uma guerra, a tendência é a diminuição do consumo de supérfluos e o aumento das compras de insumos para sustentar o conflito, como armas e remédios. “O que dá para dizer é que tem que ficar de olho nos acontecimentos e torcer pra não estourar uma guerra, que é, sempre, um cenário delicado”, concluiu.

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