Sorriso, maior produtor brasileiro na produção de soja, também deve ter redução em sua área cultivada na próxima safra, que começa ser plantada em outubro, como previsto para acontecer em muitas regiões. O Sindicato Rural estima que o município reduza em até 15% as lavouras de soja.
O presidente Nelson Picoli explicou, em entrevista ao Só Notícias, que alguns produtores devem investir em outras culturas, mas a maioria não vai conseguir recursos para financiar o plantio. “Acreditamos que 5% da área seja direcionada para o plantio de cana, algodão, arroz ou milho. Os outros 10% das lavouras devem ficar improdutivas”, acrescentou.
Picoli também ressaltou que a queda expressiva na área plantada é resultado das dificuldades de adequação do setor às medidas anunciadas pelo governo. “Boa parte dos produtores não conseguiu se adequar e atender as exigências”, disse.
Ele destacou que 10% dos agricultores ainda não conseguiram renegociação de suas dívidas com o banco e não conseguirão custeio para o plantio. Outro ponto negativo apontado por ele é a redução na comercialização da safra 2005/06 pelo Pesoja – Prêmio de Equalização dos Preços da Soja – devido as dificuldades encontradas na normativa.
Uma delas seria o pagamento do prêmio somente em janeiro. “Hoje cerca de 30% dos produtores não conseguiram comercializar a safra”, salientou. Nos dois últimos leilões houve uma redução do volume de grãos comercializados, principalmente do Nortão, que tem a maior oferta do produto. Pelo Pesoja o Governo oferece prêmio de R$ 6,40 pela saca, que está cotada, em média, a R$ 17,6 em Sorriso, para alcançar o preço mínimo do grão no mercado.
De acordo com um levantamento do IBGE, no ano passado, o município produziu 1,804 milhão de toneladas, o que representa 3,53% da produção nacional da oleaginosa.