O dólar fechou em leve alta nesta terça-feira, refletindo o tom negativo dos mercados externos. O jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo, às 12h, reduziu não só o tempo da sessão mas também o volume de negócios, disseram analistas.
Após operar em leve baixa na primeira etapa de negócios -encerrada excepcionalmente às 11h30-, o dólar terminou o dia com avanço de 0,22%, a R$ 2,237.
“A Bolsa lá fora pesou um pouco e o mercado aqui acabou acompanhando (na volta dos negócios)”, comentou José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.
Segundo ele, a apenas 20 minutos do encerramento das operações, o volume de negócios registrados no segmento interbancário era de US$ 700 milhões.
No front internacional, as bolsas de valores norte-americanas recuavam nesta tarde, derrubadas pela insegurança dos investidores sobre se o Federal Reserve poderá ter uma postura mais agressiva na elevação do juro.
A proximidade da reunião do Fed, que anuncia sua decisão sobre o juro dos EUA na quinta-feira, reforçou a cautela dos investidores. Conseqüentemente, a instabilidade do mercado externo aumentou.
A corretora de câmbio NGO destacou, em relatório, que não há efetivamente uma tendência nos mercados e o interesse maior dos investidores está no comunicado que o Fed divulga junto com a decisão -e que pode dar sinais sobre movimentos futuros.
A maioria dos investidores aposta em uma elevação de 0,25 ponto percentual nesta quinta-feira. Dados divulgados nesta manhã sobre a confiança do consumidor norte-americano e o mercado imobiliário nos EUA aumentaram as chances de uma nova alta do juro em agosto.
A corretora NGO ponderou, no entanto, que o mercado brasileiro tem poucas razões para seguir em linha com os movimentos externos. “O normal seria o dólar formar seu preço no mercado com base direta no fluxo, já que os bancos estão preservando suas posições ou pelo menos resistindo em deixar que ocorra apreciação do real muito forte”, completou a NGO.
Pela manhã, operadores disseram que a expectativa de ingresso de recursos provenientes da oferta pública de ações do Banco do Brasil contribuiu para a apreciação do real.
O operador de câmbio de um banco de varejo disse que 65% das ações foram vendidas a investidores estrangeiros -percentual ainda não confirmado pelo banco. A operação correspondeu a quase R$ 2 bilhões.