Técnicos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (Seder), do MT Regional e do Instituto Frutal (Ceará) estiveram em Sinop, ontem, visitando agroindústrias e propriedades rurais que trabalham com cultivo e venda de frutas. A equipe atua na elaboração do Plano de Ação para o Desenvolvimento da Fruticultura no Estado. “Vamos descobrir quais os principais produtos do Estado, definir algumas variedades de frutas, verduras e flores e fortalecer essas culturas para traçar um novo perfil econômico com base na fruticultura, floricultura e agroindústria”, disse o diretor Técnico da Frutal, Erildo Pontes.
O plano vai definir estratégias para desenvolver a cadeia produtiva desde o plantio até a comercialização e exportação. Dados do IBGE apontam que 67% das frutas, verduras e legumes consumidos em Mato Grosso são oriundos de outros Estados e a participação no mercado nacional de fruticultura que não atinge 1%.
Entre as dificuldades apontadas pelos agricultores na área de fruticultura esta a falta de sistema de irrigação que custa cerca de R$ 10 mil por hectare. O prefeito Juarez Costa (PMDB) informou que o município de Sinop vai investir em irrigação nas pequenas propriedades do município. “Estamos buscando recursos para um grande projeto de irrigação. Sempre achei que iria melhorar a vida da população por meio da agricultura familiar, e vou fazer isso”, disse o prefeito.
O primeiro projeto beneficiará inicialmente 100 produtores de Sinop. “Queremos instalar o sistema de irrigação em dois hectares de cada uma dessas propriedades para fomentar o cultivo de frutas, hortaliças e legumes”, destacou o secretário de Agricultura, Clóvis Sanches.
A equipe de técnicos esteve na indústria Yasaí Alimentos que processa 15 variedades de polpa de frutas. O gerente da indústria Geraldo Soares informou que 75% da matéria prima que eles utilizam vem de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rondônia. “Temos capacidade de aumentar em 100% nossa produção, trabalhar com outras frutas como a graviola, por exemplo, mas falta matéria prima”, declarou Soares. Cerca de 95% da acerola e 85% do abacaxi processados na industria são adquiridos em São Paulo.
Os técnicos também estiveram na industria Carpello, que trabalha no processamento de 19 produtos para conserva e na propriedade da família Bianchi que cultiva variedades de banana e limão. Segundo o agricultor Getúlio Bianchi falta assistência técnica e recursos para o pequeno produtor investir na fruticultura. “A maior dificuldade que temos é na área de linhas de financiamentos para expandir a produção e melhorar as vendas”, reclamou Bianchi que vende cerca de 5 toneladas de limão no Nortão e para Rondônia, além de 12 mil caixas de bananas por mês.