O Sindusmad – Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado – divulgou nota manifestando indignação pela forma como vem sendo conduzida a operação Arco de Fogo em indústrias madeireiras da região.
Entre os pontos discordantes e criticados estão:
– A operação foi deflagrada para fiscalizar eventuais desmatamentos ilegais. Mas, estranhamente, o Ibama iniciou a operação em Sinop, município sequer incluído na lista dos 19 monitorados e está fiscalizando confortavelmente pátios de madeireiras distante dos pontos de desmatamento detectados pelo INPE.
– O Ibama tem o direito de fiscalizar, mas, objetamos duas questões: uma, em razão da atividade florestal ter sido passada à Sema e que esta emprega padrões técnicos de liberação de volume de tora e de aproveitamento no processo industrial – diferentes do Ibama – deveria haver, no mínimo, o acompanhamento de um técnico da SemaA, porquanto foi esta que fixou tal método, no qual o setor produtivo não tem ingerência; duas, não se justifica, sob nenhum aspecto, ainda que muito distante de onde deveriam estar (no campo, fiscalizando as propriedades desmatadas), o aparato militar empregado na operação de cada empresa, onde se constatou que de um contingente de 87 pessoas, apenas 10 eram integrantes do Ibama e as demais, membros da valorosa Polícia Federal e da Força Nacional, portanto armas de grosso calibre em posição de ataque, intimidando e expondo os funcionários à situação de alto risco, evidenciando desrespeito à dignidade da pessoa humana, à cidadania, aos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, tão prezados pela Constituição Federal, que à duras penas ainda garante o Estado Democrático de Direito;
– Devemos ter em mente que são empresas legalmente constituídas há vários anos, com endereço fixo e por todos conhecidas, repetindo-se que não se justifica o aparato bélico desproporcional, transcendendo toda e qualquer razoabilidade do ato emanado da administração pública;
– Por fim, registramos que lamentamos o arbítrio e garantimos que não há necessidade de acompanhamento de policiais armados (nunca houve), que a finalidade das forças repressivas está sendo desvirtuada e que todas as empresas sindicalizadas abrirão as portas à fiscalização, se necessário, com o nosso acompanhamento, razão pela qual invocamos o restabelecimento do bom senso.
A operação foi deflagrada na segunda-feira, e não tem previsão para encerrar.