Governo e centrais sindicais realizam nesta terça-feira (19), a partir das 20h, a nova rodada de negociações para definir o novo valor do salário mínimo.
A reunião anterior, que ocorreu na última quinta-feira (14), terminou sem acordo entre as duas partes.
“Como ocorreu no ano passado, a negociação é feita de muitas rodadas, de muitas reuniões, mas nós vamos buscar fechar a negociação nesta terça”, garantiu o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. O encontro desta terça também vai abordar o índice de correção da tabela do imposto de renda para pessoas físicas.
Discussões
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), encaminhada ao Congresso Nacional, previa, inicialmente, o valor de R$ 375 para o mínimo, com base na estimativa da inflação pelo Índice Nacional Preços ao Consumidor (INPC) mais o Produto Interno Bruto (PIB) per capita.
No entanto, como os índices foram inferiores aos estimados, o valor baseado na fórmula que consta na LDO passa a ser de R$ 367, que representa reajuste nominal de 4,86% e um valor real entre 1,65% e 1,8%.
Os sindicatos, por sua vez, reivindicam R$ 420 ou 20% de reajuste desde o início das negociações. “Se temos reunião com o governo, é porque ainda existe espaço para conseguirmos um salário mínimo digno, sabemos que será difícil conseguirmos R$ 420, mas não aceitamos a proposta de R$ 375”, afirmou em nota à imprensa o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
Déficit previdenciário
Na mesma semana em que foi aprovado o reajuste salarial de 90% aos deputados federais e senadores, que passam a ganhar quase R$ 25 mil mensais, o ministro da Previdência Social, Nelson Machado, lembrou a dificuldade de se aumentar o mínimo quando ao déficit da pasta ultrapassa os R$ 20 bilhões.
De acordo com Machado, o impacto do salário mínimo no déficit da Previdência Social é de cerca de R$ 200 milhões para cada real pago a mais. Atualmente, mais de 15 milhões de aposentados recebem um salário mínimo.