Trabalhadores de indústrias madeireiras de Sinop também estão apreensivos e revoltados com a forma com que a operação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e Polícia Federal tem sido desenvolvida no Nortão. Ontem, funcionários de uma indústria pararam de trabalhar depois que policiais federais e agentes da Força Nacional acompanharam, armados com metralhadoras, fiscais do Ibama a uma indústria madeireira em Sinop para medir estoque de toras, checar a procedência e planos de manejo. Hoje, ainda receosos, eles retomaram as atividades.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria, Construção e Mobiliário da região Norte (SITICON), Vilmar Galvão, criticou a ação e teme que ocorram as demissões. “Os trabalhadores, em nenhum momento, foram ouvidos. Estão sendo tratados como lixo. E esta é uma foram do governo mostrar para as comunidades internacionais que está fazendo algo, e usar da força para mostrar isso”, desabafou, ao Só Notícias.
Segundo ele, o setor madeireiro que já empregou mais de 10 mil pessoas em Sinop, atualmente possui cerca de 2 mil trabalhadores, mas esse número tende a cair ainda mais. “Não há possibilidade de evolução, de crescimento do setor madeireiro neste período. Foi um setor que contribuiu muito e ainda contribui com mais de 40% na economia do Estado, mas está sendo esquecido”, acrescentou.
O sindicato também pode apoiar uma ação do segmento da base florestal contra o modo de ação do Ibama e Polícia Federal na operação Arco de Fogo. A revolta é pela presença de policiais armados com metralhadoras nos pátios das indústrias.
Representantes se reúnem novamente hoje, no Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte (Sindusmad) para debater quais medidas vão tomar.
Ontem, se posicionou com indignação e considerou ‘intimidatória’ a fiscalização na empresa do presidente do Sindusmad. Agentes do Ibama entrarem na indústria escoltados por policiais federais e agentes da Força Nacional armados com metralhadoras. O órgão quer saber a procedência das toras, se saíram das cidades onde o INPE apontou que houve aumento considerável de desmates nos últimos meses de 2007.