O Sindicato Rural de Sinop pode retirar a ação contra o Banco do Brasil, cobrando a exclusão dos nomes dos associados nos órgãos de restrição ao crédito e também de novas inclusões. O presidente Antonio Galvan disse, ao Só Notícias, que o sindicato está mantendo negociações com a superintendência do banco em Cuiabá e Brasília para a facilitação nas propostas de renegociação de dívidas do setor.
Segundo ele, a maioria dos agricultores não tem condições de pagar 20% no caso da soja, ou de 50%, para o arroz, de suas dívidas para fazerem a renegociação. O sindicato está solicitando que o banco faça a renegociação de 100% do montante dos débitos e, assim, poderá suspender a ação. “Cerca de 50% dos agricultores não têm condições de pagar 20 ou 50% do que devem atualmente”, acrescentou.
Galvan destaca que se não houver um entendimento por parte do banco vai agravar ainda mais a situação do setor agrícola no Nortão. A ação contra o banco foi movida pelo sindicato em outubro do ano passado e uma liminar foi expedida pela juíza Gabriela Carina Knaul de Albuquerque e Silva. O banco recorreu, mas o Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso manteve a decisão, exigindo o cumprimento da liminar.
O desembargador José Ferreira Leite avaliou que “o não-pagamento dos débitos dos agricultores sindicalizados com o Banco do Brasil não foi proposital”. Ele destacou que “aconteceu em decorrência da perda parcial da produção da safra de 2004/2005 e do aviltamento dos preços dos produtos agrícolas, motivados, dentre outras causas, pelas chuvas excessivas verificadas na região norte mato-grossense durante a colheita, e, bem assim, pela crise pela qual passa o setor da agricultura em todo o país”.
Aproximadamente 100 produtores contraíram empréstimos no banco referente ao custeio da safra 2004/05 e teriam os nomes excluídos da lista.