O setor siderúrgico não tem um pleito específico em relação às medidas de política industrial que serão anunciadas pelo governo federal nos próximos dias. Mas o vice-presidente executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Marco Pólo de Mello Lopes, afirmou hoje, à Agência Brasil que a posição assumida pelas empresas é de que “o mais importante para o setor se desenvolver é ter regras estáveis”.
A preocupação, destacou, está voltada para as alterações “que volta e meia surgem, por pressão de um ou de outro segmento, ou pela interpretação do governo de que uma determinada medida necessita ser implementada”.
E citou recente resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que enquadrou alguns produtos siderúrgicos na lista de exceção da Tarifa Externa Comum (TEC) no âmbito do Mercosul. A resolução teria acarretado, conforme definiu, uma assimetria dentro da própria cadeia siderúrgico-metalúrgica.
Os problemas do setor, segundo Lopes, são “os do país, como os de infra-estrutura e de carga tributária”. Em relação à questão cambial, considerou positivas as medidas adotadas na semana passada, para incremento das exportações, ao destacar a preocupação devido “ao excesso de dólar”.
Ele ressalvou não ser contrário ao câmbio flutuante, mas advertiu que o excesso da moeda “tem levado, pelas leis antigas de oferta e demanda, a essa condição de se ter um desbalanceamento na valorização ou na desvalorização do dólar”.
Na avaliação do executivo, as medidas governamentais são pontuais a respeito da desoneração das exportações: “A pergunta é se o que foi adotado em termos de limitar ou taxar a entrada de moeda estrangeira ajuda de forma mais efetiva no que seria a abundância do dólar.”
Marco Pólo Lopes disse que ainda é preciso aguardar para conferir a efetividade dessas medidas, por ver separadamente a questão da competitividade na exportação e a da desvalorização do dólar, devido ao excesso da moeda, “ainda que estejam interligadas”.