Depois de seis meses de mudanças e adaptações, sob a nova gestão florestal da Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Sema), o setor madeireiro inicia o segundo semestre com boas expectativas. O presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad), Jaldes Langer, disse, ao Só Notícias, que o setor precisa voltar a produzir e aumentar a geração de emprego e renda na região.
O segmento, que representa uma das principais atividades econômicas no Nortão, foi responsável por cerca de 10 mil demissões em 2005. Este ano já são mais de 1.400. “É preciso que o setor funcione e precisamos produzir antes do período das chuvas”, salientou. O período chuvoso, que inicia em novembro, dificulta a retirada de madeira e muitas empresas acabam diminuindo a produção.
Os números ainda refletem as dificuldades operacionais que as madeireiras enfrentaram em 2005, desde que a operação curupira foi desencadeada na região e prendeu servidores do Ibama e antiga Fema, além de madeireiros e despachantes, sob acusação de extração irregular de madeira, fraudes e sonegação. Os órgãos suspenderam a liberação de autorizações para desmates e transporte de toras e centenas de madeireiras acabaram demitindo, reduzindo drasticamente o volume de produção e, diversas delas, fecharam.
Após a passagem da gestão ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) à Sema, em janeiro, o setor apresentou alguns avanços. Nos primeiros meses do ano cerca de 20% das vendas de madeira de todo o Estado foram feitas por indústrias madeireiras de Sinop. O setor comercializou R$ 53.263.864 milhões entre os meses de janeiro a maio com negócios para exportações e vendas no mercado interno.
A projeção do Sindusmad é de que o setor volte a contratar, de forma gradativa, a partir deste mês. Outro ponto destacado por Langer é a necessidade de que a atividade avance no manejo e reflorestamento para garantir estoque no futuro, e que também pode acarretar na redução de custos de transporte de matéria prima até as indústrias.